Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.
Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.
O Padre Manuel Antunes foi um sacerdote jesuíta, ensaísta e professor universitário, nascido em 1918 na Sertã, comemorando-se, portanto, em 2018, o Centenário do seu nascimento.
Licenciou-se em Filosofia e em Teologia e cedo assumiu a missão de docente, leccionando aos estudantes da Companhia de Jesus e aos alunos da Faculdade de Letras de Lisboa. Colaborou em inúmeros artigos na revista Brotéria e na Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura da Editora Verbo, tendo sido Diretor desta revista dos jesuítas durante muitos anos.
Ingressou aos 18 anos na Companhia de Jesus, pelo que ficou marcado pela espiritualidade inaciana, identificando Deus em todas as coisas. Como professor e estudioso tinha uma propensão pelas grandes sínteses e pelo saber utilitário na sua atualidade, atraindo às aulas, pelo fascínio das suas preleções, uma multiplicidade de alunos de diferentes quadrantes ideológicos.
A sua brilhante carreira académica e cultural foi coroada com a atribuição do Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa e pela atribuição da comenda da ordem militar de Santiago da Espada, a 10 de junho de 1983, pelo Presidente da República, Ramalho Eanes.
Segundo o estudo de António Júlio Trigueiros, SJ[1], atual Diretor da revista Brotéria, do retrato feito dele por vários intelectuais na imprensa portuguesa, aquando do seu falecimento, sobressai o humanista, o pedagogo, o homem de cultura e o filósofo.
Escreveu inúmeros ensaios sobre temas contemporâneos, figuras da cultura, personalidades contemporâneas, temas de atualidade, e outros incidindo mesmo nas linhas mestras do seu pensamento doutrinário. Muitos destes ensaios verteu-os nas páginas da revista Brotéria, que dirigiu, durante vários anos, a partir de 1965.
O seu pensamento esteve marcado por um humanismo cristão, que lhe ficou a pautar a vida na integridade de conduta e na incomensurável humildade do seu relacionamento interpessoal. As suas reflexões versaram a cultura de vários povos e, em particular, a cultura portuguesa. Como jesuíta, o seu labor consagrou-o ao aperfeiçoamento da sua ordem religiosa.
A seguir ao seu falecimento, múltiplos foram os intelectuais (José Medeiros Ferreira, Jorge Borges de Macedo, Orlando Ribeiro, Guilherme de Oliveira Martins, Luís Filipe Barreto e outros) que, na imprensa portuguesa, em janeiro de 1985, elogiaram o papel do Padre Manuel Antunes de servir a Igreja Católica no plano cultural. Em 2018, celebra-se o Centenário do seu nascimento e convém evocá-lo como um professor que ensinou muitos alunos a reflectir e lhes mostrou uma ímpar vivência ética.
A 23 de julho de 2018, o blogue “Crónicas do Professor Ferrão” celebra o seu nono aniversário (2009-2018) num espírito semelhante ao do Padre Manuel Antunes na abordagem variada de temas culturais e de atualidade, procurando uma visão global das problemáticas, como é típico dos historiadores. Aliás, foi o saudoso e estimado Professor José Medeiros Ferreira que me impulsionou a concretizar este projeto cultural, que depois foi também bastante bem acolhido e incentivado por amigos, conhecidos e desconhecidos do público em geral.
Tal como o Padre Manuel Antunes, este blogue procura ter uma abrangência cultural ampla (versando temas científicos, filosóficos, literários, artísticos e históricos), numa visão holística do conhecimento.
Quero agradecer os inúmeros contributos que favoreceram o enriquecimento qualitativo deste blogue, em termos técnicos, científicos e linguísticos, que acabou por me abrir as janelas para escrever em revistas culturais relevantes, como a Nova Águia e a Brotéria. O nome deste blogue foi prévio à sua existência, pois surgiu como projeto associado a artigos publicados num site.
O desafio de me ligar culturalmente à internet já me tinha sido lançado por um conhecido, para integrar conteúdos históricos num portal, mas muitas pessoas foram, de facto, as alavancas anímicas para que este projeto fosse possível. Os dois assuntos, aparentemente distintos do título deste “post”, estão afinal interligados pela proximidade dos temas que interessaram ao Padre Manuel Antunes e a este blogue.
Por fim, quero convosco celebrar o nono aniversário deste blogue, que só tem sido possível com os vossos apoios e o interesse sempre renovado das vossas leituras.
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[1] António Júlio Trigueiros SJ, Posfácio – Padre Manuel Antunes, o último retrato, in Padre Manuel Antunes, Portugal, a Europa e a Globalização, Lisboa, Bertrand Editora, 2017, p. 416.
Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro é um futebolista de renome internacional, nascido a 5 de fevereiro de 1985 no Funchal, cujo nome homenageia o Presidente Norte-Americano Ronald Regan como ator de Hollywood. Afirmou-se no futebol internacional, no Sporting Clube de Portugal, num jogo contra a equipa do Manchester United para a inauguração do Estádio Alvalade XXI, que deixou o treinador Alex Ferguson muito impressionado, tendo-o levado então para Inglaterra.
Logo no Manchester United foi-se afirmando com os seus “dribles” magistrais e só depois, já no Real Madrid, a sua evolução desportiva o levou a transformar-se num avançado muito eficaz, um goleador nato temido pelos adversários e muito estimado pelos seus adeptos e companheiros. Uma das suas habilidades tem sido ao longo da sua carreira a marcação de livres, com a grande concentração e a encenação Olímipica de um atleta. Ronaldo fez do futebol um jogo espetáculo com habilidades artísticas inequívocas.
Tal como os atletas da Hélade eram considerados heróis, Cristiano Ronaldo deve ser evocado pela pátria lusófona como um herói, pois os vencedores nos jogos olímpicos na Antiga Grécia poderiam receber homenagens das suas pólis, alimentação gratuita, terem estátuas erguidas e serem exaltados pelos poetas. O movimento do pontapé de bicicleta de Ronaldo frente à Juventus merecia uma estátua parecida com a que representa o atleta grego a lançar o disco, conhecido como discóbolo, ou um poema como aquele que Manuel Alegre dedicou a Luís Figo.
No fim da temporada 2017/18 ameaçou sair do Real Madrid por falta de empatia com o presidente do clube e falta de apoio na questão das suas dívidas fiscais ao Estado Espanhol. Ao longo da sua carreira profissional de 2003 a 2018 tem batido muitos recordes desportivos, apesar da sua carreira desportiva ainda ter possivelmente alguns anos na montra do futebol mundial. Os números milionários que o rodeiam, primeiro na contratação nunca vista do Real Madrid ao Manchester United pelo preço de 94 milhões de euros deixou o mundo estupefacto.
Fez parte, como promessa do futebol, da Seleção Portuguesa, com Luís Figo e outras estrelas da “geração de ouro”, que chegou a finalista do Euro 2004. Desde este período cresceu muito como jogador e como homem, retivemos as lágrimas que soltou na Final do Euro 2004 e a atitude de fair-play com Edinson Cavani no jogo dos oitavos de final de Portugal contra o Uruguai no Campeonato do Mundo de 2018.
Desde 2008 a 2017 tem sido várias vezes premiado como o melhor jogador do mundo pela FIFA e ganhou várias bolas e botas de ouro, atríbuídas por periódicos da imprensa desportiva.
Em 8 de janeiro de 2009, Ronaldo teve um mediático acidente de carro com o seu Ferrari, 599 GTB Fiorano, num túnel perto de Manchester, tendo saído do incendente com ferimentos de pouca gravidade.
Neste início de julho de 2018, Ronaldo parece ter feito as malas para representar a Juventus, numa nova transferência astronómica de 100 milhões de euros, sendo este já o quarto clube de prestígio que irá defender, os outros foram o Sporting Clube de Portugal, o Manchester United, o Real Madrid e agora a Juventus, onde certamente acabará a sua carreira de futebolista. A transferência de Ronaldo para a Juventus está fazer subir em flecha o valor das ações do clube de futebol de Turim.
Por que razão é já um herói da Pátria lusófona ? As suas habilidades inatas e a condição física ímpar, fruto de treinos muito esmerados e grande profissionalismo, fizeram dele um jogador de exceção. Estes fatores fizeram-no um artista, criativo com a bola, que fez vibrar milhões de adeptos do futebol de todo o mundo. Quando CR7 marcou este ano de um atlético pontapé de bicicleta à Juventus a uma altura de 2,38 metros deixou os espetactadores da Juventus embasbacados e a ouvacionarem o atleta adversário de pé pelo seu feito invulgar. O jornalista desportivo Rui Santos considera que esta transferência não foi a mais benéfica para a projeção mundial de CR7.
Ronaldo levou, muitas vezes, às costas o Sporting, o Manchester United, o Real Madrid e a Seleção Portuguesa, catapultando os clubes da Inglaterra e da Espanha para estrelato máximo com a conquista de várias Ligas dos Campeões e permitindo a Portugal vencer o Euro 2016, num feito inédito do futebol luso.
De 2007 a 2018 tem estado na ribalta do futebol mundial, tendo feito o seu primeiro hat-trick a 12 de janeiro de 2008 pelo Manchester United contra o New Castle e o seu último hat-trick frente à Seleção Espanhola no Campeonato do Mundo de Futebol de 2018. Ronaldo passou a exercer uma força anímica indispensável no Real Madrid e na Seleção Portuguesa, nos últimos anos.
Ronaldo já tem um busto no aeroporto do Funchal e uma merecida condecoração honorífica de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique atribuída pela Presidência da República Portuguesa em 2014. Portugal continua a ser, como o reconhece Rui Proença Garcia[1], um país de Fátima, do Fado e do Futebol, como uma das marcas indeléveis da sua identidade coletiva. Por isso, não admira que CR7 terá um lugar reservado no Panteão Nacional, dado que espalhou o seu nome e o do país pelos 7 cantos do mundo. Nos últimos anos tem disputado com o argentino Lionel Messi o título de melhor jogador do mundo. Em 15 de dezembro de 2015, Ronaldo inaugurou o Museu CR7 no Funchal. Superou em prestígio internacional Eubésio da Silva Ferreira e Luís Figo, só podendo comparar-se na sua projeção mundial com Pelé.
Em suma, Ronaldo não se limita a ser um futebolista com habilidade, mas um atleta com um génio artístico, que soube fazer render os seus talentos e deixar a Humanidade estupefacta perante as suas proezas desportivas, fazendo lembrar os atletas herocizados da Grécia Antiga.
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[1] Rui Proença Garcia, “Fátima, Futebol e Fado: uma leitura contemporânea”, in Brotéria –Cristianismo e Cultura, vol. 186, maio/junho de 2018, pp. 631-653.