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Crónicas do Professor Nuno Sotto Mayor Ferrão

Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.

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AS CAUSAS DA DECADÊNCIA DO MUNDO OCIDENTAL NOS ÚLTIMOS 80 ANOS (1945-2023)

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Dedico este texto ao grande historiador José Mattoso, ontem falecido (08/07/2023).

“(…) Tenho pensado muito em José Medeiros Ferreira (1942-2014). A triste notícia chegou-me a meio do discurso de Vladimir Putin no Kremlin sobre a anexação militar da península ucraniana da Crimeia pelas forças de operações especiais russas. Um dia histórico, portanto. (…)”

Miguel Monjardino, “Um colunista na História”, in Por onde irá a História?, Lisboa, Edição Clube do Autor, março de 2023, p. 253.

 

Este texto inspira-se num título de uma brochura famosa de Antero de Quental intitulada As causas da decadência dos povos peninsulares nos últimos três séculos[1], mas se, no fim do século XIX, eram os povos ibéricos que “estavam na berlinda” e alguns políticos e intelectuais ilustres falavam na necessidade de um federalismo ibérico para a revitalização da Ibéria, neste momento, na terceira década do século XXI, tornam-se exponenciais os sinais que evidenciam um inequívoco declínio da Civilização Ocidental.  

 

Osvald Spengler, historiador e filósofo alemão, teve a premonição da decadência da Civilização Ocidental com a obra A decadência do ocidente[2], publicada, pela primeira vez, em 1918, que foi escrita em função da beligerância da 1ª guerra mundial, que destroçou as nações europeias e tendo gerado, neste continente exausto, uma enorme descrença e um tremendo pessimismo na capacidade dos países europeus se reerguerem e reafirmarem como grandes potências. Este contexto histórico permitiu, inclusivamente, que os EUA emergissem como grande potência  (superpotência), no primeiro pós-guerra, passando a deter a hegemonia internacional até ao fim do século XX e início do século XXI.

 

A Civilização Ocidental começou o seu ocaso com os “ventos da mudança” do fenómeno descolonizador, que levou ao colapso vertiginoso dos impérios coloniais europeus, após a 2ª guerra mundial, e à hegemonia dos EUA. No entanto, os norte-americanos e os europeus ainda tentaram evitar o descalabro económico do “Velho Continente”, em meados do século XX, com o recurso ao Plano Marshall e com o projeto europeu do Tratado de Roma, de suscitar uma comunidade económica europeia. Estes recursos dilatórios ainda permitiram trinta anos de glorioso crescimento económico na Europa e nos EUA (1945-1973), que desembocaram nas crises petrolíferas dos anos 70, na implementação de políticas neoliberais e no fenómeno da globalização no último quartel do século XX.  

 

A ilusão de um Mundo Novo, vindouro, democrático e liberal produziu-se com o colapso do bloco soviético, com a queda do muro de Berlim e com a reunificação da Alemanha, isto é, com o fim da guerra fria. As esperanças eufóricas traduziram-se nas teses optimistas e ingénuas de Francis Fukuyama[3], mas a desintegração do bloco de leste europeu também deu azo a algumas dúvidas. A Europa, sob o élan de alguns políticos carismáticos e com o plano de uma unificação monetária, ainda teve o seu último fôlego, na viragem do milénio, com a entrada em funcionamento da moeda europeia em 2002, o euro.

 

Contudo, a neurose provocada pela vulnerabilidade dos EUA, com o atentado de 11 de setembro de 2001, arrastou-se à Europa, com a globalização do terrorismo a atingir várias cidades europeias. O entusiasmo hegemónico europeu neste contexto desvaneceu-se e o peso do “Velho Continente” nas transações globais tornou-se cada vez mais reduzido.

 

A globalização e a deslocalização de muitas empresas multinacionais, com sedes ou sucursais na europa, conduziram a uma desindustrialização dos países do “Velho Continente”. Ora, esta circunstância tem feito os países europeus perderem dinamismo económico e relevância no conjunto da economia mundial.

 

Por seu turno, o dinamismo económico e a vitalidade demográfica das potências asiáticas como a Coreia do Sul, Hong Kong, Singapura, Taiwan, Índia e, principalmente, a China, na actualidade, que passaram por uma rápida industrialização e mantiveram taxas de crescimento excepcionalmente altas, na segunda metade do século XX e, no caso desta última potência, já no início deste século, estão a provocar uma inusitada concorrência aos países europeus. Estas novas potências económicas asiáticas estão a fazer perder protagonismo aos principais países europeus (Alemanha, Grã-Bretanha e França).

 

A crise financeira de 2008-2009 indicou para uma crescente debilidade das estruturas financeiras ocidentais, que tiveram impacto económico em alguns países europeus mais vulneráveis tais como a Grécia, Portugal, a Itália, a Irlanda e a Espanha, devido aos endividamentos excessivos e ao grandes défices públicos, conhecido este fenómeno como “a crise da zona euro”. A UE ainda prossegue o seu alargamento geográfico com a integração da Croácia em 2013 e com várias candidaturas de novos países, na atualidade, no sentido do seu futuro alargamento superar os impasses da afirmação da UE neste primeiro quartel do século XXI e na primeira metade desta centúria. A crescente perda de importância internacional e económica da UE fez com que o Reino Unido, no início de 2020, tenha saído da UE com o designado Brexit, pois parte dos ingleses convenceu-se que conseguia reafirmar-se internacionalmente, através da “Commonwealth”, recuperando alguma da sua soberania.

 

Na segunda década do século XXI, o Brexit (2016-2020) e a eleição de Donald Trump nos EUA (em novembro de 2016) evidenciaram a decadência do Ocidente, que se refugiou, no caso destas duas nações, nas premissas nacionalistas, xenófobas e no proteccionismo para criarem a ilusão de que os EUA e a Grã-Bretanha, apesar de decaírem em termos económicos, conseguirão ressurgir das cinzas como a Fénix com estas receitas esgotadas[4]. Os grandes desafios da actualidade - a globalização e a revolução digital – inserem-nos numa nova Era histórica e não será através do proteccionismo comercial e social, que a perda de fulgor económico das grandes potências do Ocidente recuperarão o seu protagonismo internacional ou posições hegemónicas. O receio e o pessimismo dos povos das antigas grandes potências ocidentais levou os EUA e a Grã-Bretanha a recuarem, ao invés de apostarem numa fuga para a frente, daí que os fenómenos da eleição de Trump e do Brexit tenham marcado a segunda década do século XXI.

 

A globalização e a grande revolução digital tornaram possíveis às grandes nações do Ocidente (EUA e Grã-Bretanha) perder terreno em termos de poderio e de riqueza, de tal forma que do G7 se passou em concomitância para um contemporâneo G20, para outras nações asiáticas que emergiram pelos seus potenciais económicos e tecnológicos. O Ocidente da revolução industrial, das descobertas científicas, dos direitos humanos e das sociedades democráticas está a perder terreno para outras nações que se estão a alçar ao cume da economia e da geopolítica global.

 

O declínio demográfico, neste início do século XXI, com o envelhecimento da população europeia tem feito acolher muitas correntes migratórias, muitas comunidades de imigrantes, para tentar garantir o funcionamento e o dinamismo da sua economia. O “Velho Continente” também está a perder fulgor tecnológico com os avanços rápidos das potências asiáticas. Com a crise do Ocidente, os seus valores essenciais, como a democracia e os direitos humanos, estão a ser questionados no mundo, favorecendo a emergência de autoritarismos em várias partes do globo e os fenómenos de populismo, que está a varrer a europa, até pela crescente descrença nos sistemas democráticos. O declínio do Ocidente é bem patente na diminuição do seu poder económico e militar, com exceção a este nível dos EUA, que só desta forma conseguem influenciar o cenário internacional atual. Contudo, o “Velho Continente” perdeu o fulgor económico e desinvestiu na sua capacidade militar.

___________________________________

[1] Antero de Quental, Causas da decadência dos povos peninsulares nos últimos três séculos, Lisboa, Tinta-da-China, 2008, 118 p.

[2] Oswald Spengler, A decadência do ocidente: esboço de uma morfologia da história universal, 1918.

[3] Francis Fukuyama, O fim da História e o último Homem, Lisboa, Gradiva, 1999.

[4] Mário Vargas Llosa, “A decadência do ocidente”, in El País, 20 de novembro de 2016 - https://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/17/opinion/1479401071_337582.html (consultado a 6 de julho de 2023).

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

 

BREVE BALANÇO DO PERÍODO DE 2009-2019 A NÍVEL NACIONAL E INTERNACIONAL (CRONOLOGIA E SÍNTESE))

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CRONOLOGIA 2009-2019

  • 2008 - 2 de outubro - irrompe a pior crise financeira mundial desde 1929.
  • 2009 a China torna-se a terceira maior economia do mundo.
    • 2 de março – O Presidente da Guiné-Bissau João Bernardo Vieira é assassinado.
    • Abril - arrasta-se a crise financeira mundial.
    • Abril - alastramento da gripe A no México com mais de 150 mortos.
    • 26 de abril - Nuno Álvares Pereira é canonizado.
    • 2009 Bernard Madoff é condenado a 150 anos de prisão pela maior fraude financeira do mundo.
  • 2010 tem início a era dos “tablets”.
    • 10 de janeiro - terramoto do Haiti.
  • 2011 o governo português pede ajuda financeira à Troika.
    • Gaddafi é morto na Líbia, terminando a sua longa ditadura.
    • Sudão do Sul foi reconhecido como país independente.
  • 2011-2017 – Guerra Civil Iraquiana.
  • 2013 os smartphones começam a expandir-se à escala global (revolução tecnológica).
  • 2014 – Junho- grande ofensiva para a constituição do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, com o projeto de constituir um grande Califado Islâmico.
  • 2014-2019 guerra civil na Líbia.
  • 2015 - 10 de Novembro - o governo de Pedro Passos Coelho é reprovado no Parlamento com os votos do PS, BE, PCP, PEV e PAN.
    • 13 de Novembro - atentados terroristas em Paris.
  • 2016 - 10 de junho- Seleção Portuguesa de Futebol ganha o Campeonato Europeu de Futebol em França.
    • 25 de novembro - Morte de Fidel Castro.
  • 2017 - 1 de janeiro - António Guterres é mandatado como Secretário-Geral das Nações Unidas.
    • 12 e 13 de maio - Visita do Papa Francisco a Portugal na celebração do Centenário das Aparições aos Pastorinhos em Fátima.
    • 13 de maio - Vitória Portuguesa no Festival da Eurovisão da Canção.
    • junho e outubro - Grandes incêndios florestais em Portugal com 115 mortos.
  • 2018 - 18 de março - Vladimir Putin é reeleito Presidente da Rússia.
    • 18 de maio - crise no Sporting Clube de Portugal com o turbilhão chamado Bruno de Carvalho.
    • 24 de junho - Mulheres na Arábia Saudita passam a ter o direito de conduzir.
    • 2 de setembro - Grande incêndio atinge o Museu Nacional do Brasil.
    • 11 de novembro - Centenário do fim da 1ª guerra mundial.
  • 2019 - 10 de janeiro - Crise política na Venezuela com contestação do poder presidencial Nicólas Maduro.
    • 15 de abril - Violento incêndio destrói parcialmente legado e as algumas estruturas da Catedral de Nôtre-Dame em Paris.

 

Estes dez anos, entre 2009 e 2019 - tempo correspondendente à duração deste nosso blogue -, foram marcados por acontecimentos muito significativos da História recente. Houve acontecimentos dramáticos e alguns bastante emocionantes, como podemos observar ao analisar esta sintética cronologia.

 

Se o mundo, em 2009, foi atingido pela pior crise financeira da sua História, desde a Grande Depressão de 1929, também em 2019 houve várias catastrófes naturais e uma humana, abalando profundamente a sociedade europeia, que foi o grande incêndio que lavrou na Catedral de Notre-Dâme de Paris.

 

Foram assustadores acontecimentos desta década como a epidemia da gripe A, as catástrofes naturais, que se intensificaram com as alterações climáticas e a crise da dívida soberana na Europa, que levou Portugal a ser intervencionado pela Troika, em 2011, tal como já tinha acontecido com a Grécia e com a Irlanda, assim como a grande ofensiva do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a partir de 2014, e os consequentes atentados terroristas no mundo ocidental, que recomeçaram com o ataque de 13 de novembro de 2015 em Paris, os grandes incêndios que deflagraram em Portugal em 2017, com a trágica morte de 115 pessoas.

 

Por outro lado, houve acontecimentos inovadores ligados à revolução tecnológica com o aparecimento dos “tablets” e dos “smartphones”, que passaram a proliferar no mundo nesta segunda década do século XXI, quebrando fronteiras e tornando o planeta cada vez mais uma “aldeia global”.

 

Verificaram-se vários sinais de que algumas ditaduras estavam decadentes, como foi o caso da deposição de Gaddafi na Líbia em 2011 e a, presente, revolta na Venezuela contra o Presidente Nicólas Maduro desde o início de 2019.

 

Outros acontecimentos lançaram alguma esperança em Portugal e no mundo, como foram os casos da vitória da Seleção Portuguesa de Futebol, no Euro 2016; a vitória de Salvador Sobral na Eurovisão da Canção de 2017; a vinda do Papa Francisco a Fátima para beatificar dois dos pastorinhos das Aparições de Nossa Senhora, por ocasião do Centenário deste fenómeno religioso; ou a nível internacional as derrotas militares, com o seu confinamento geográfico, do Estado Islâmico do Iraque e do Levante; a evocação memorialista do Centenário do fim da 1ª guerra mundial (1918-2018), lembrando que a paz é sempre um fénomeno efémero e que, se os ideais não comandarem a vida, o mundo fica estilhaçado em catástrofes humanas e é neste dilema que as intervenções da ONU e do atual Secretário Geral desta instituição se encontram.

 

A atual aceleração vertiginosa do ritmo contemporâneo tem-se feito sentir, de forma ainda mais intensa, nesta década de 2009-2019. Portugal, mergulhado na crise da dívida soberana, em 2011, foi bafejado por alguns sinais de esperança, nos anos de 2016 e de 2017, que foram hasteados como bandeiras promissoras pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebello de Sousa.

 

Deste modo, a Europa foi marcada pela crise da dívida soberana e pelo Brexit, tornando necessária uma maior integração comunitária, para fazer frente à crescente decadência económica e tecnológica do “Velho Continente”, perante as novas potências emergentes, entre as quais se destacam a China e a Índia.  

 

Dois dos problemas inerentes à globalização do desenvolvimento económico e tecnológico são as pandemias, como a verificada com o alastramento mundial da gripe A, e as alterações climáticas, que alguns líderes mundiais teimam em não reconhecer, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

 

A instabilidade financeira, climática e social, com as grandes migrações de refugiados tornou-se uma característica essencial do nosso tempo, bem como as flutuações e irupções atmosféricas inesperadas causadoras de grandes catástrofes, como foram o terramoto do Haiti de 2010 e as inundações devastadoras de Moçambique de 2019 resultante de 2 ciclones. 

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

DO CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO RUSSA DE OUTUBRO DE 1917 À REVOLTA DA CATALUNHA DE 2017 (1917-2017)

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No século XXI ainda estamos em tempo de revoluções ou apenas são aceitáveis reformas políticas compagináveis com uma mentalidade de pragmatismo tecnocrático? A legitimidade constitucional espanhola autoriza a abafar a intrínseca vontade das populações catalãs? No centenário da Revolução Bolchevique (outubro de 1917- 2017), convém refletir no dinâmico processo emancipalista da nação Catalã.

 

Em 23 de outubro de 1917, houve uma revolução bolchevique com a polícia militar desta facção comandada por Trotsky a ocupar pontos estratégicos da cidade de Petrogrado (São Petersburgo), e a tomar de assalto o Palácio de Inverno, onde se reunia o governo provisório. No dia 26 de outubro, o poder governativo foi entregue ao Conselho dos Comissários do Povo, liderado por Lenine. A Rússia transformou-se numa República Soviética, com o poder entregue aos Sovietes.

 

O novo governo bolchevique, que substituiu o governo provisório, tomou como decisões importantes: a paz imediata com a Alemanha no contexto da 1ª guerra mundial; a abolição de todas as propriedades privadas sem quaisquer indemnizações e a requisição das colheitas agrícolas pelo Estado. Estas medidas inspiraram-se nas ideias marxistas, surgindo, deste modo, a doutrina do marxismo-leninismo com o objetivo de instaurar uma ditadura do proletariado.

 

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Lenine (Vladimir Ilitch Ulianov) partiu do exílio na Suiça para rumar de comboio, com a cumplicidade alemã, para a Rússia, no sentido de comandar a insurreição contra as autoridades do demoliberalismo. Este acontecimento fulcral da história universal do século XX foi imortalizado no filme Outubro de Sergei Eisenstein, e no livro do jornalista norte-americano John Reed intitulado Dez dias que abalaram o mundo.

 

A 23 de outubro, na Rússia e em congresso, os sovietes atribuíam o poder a um Conselho de Comissários do Povo comandado por Lenine. Sem dúvida que, sem a agitação do conspirador Lenine, a Revolução Russa teria sido diferente, pois foi dele que saíram as traves-mestras do regime soviético. Durante o século XX foi aceso e apaixonado o debate sobre o regime soviético, tendo a URSS partilhado com os EUA, no contexto da guerra fria, o estatuto de superpotência mundial.

 

Embora o autocrata regime soviético tenha sido caraterizado por uma polícia política e por uma censura impiedosa condicionadora da mentalidade dos cidadaos soviéticos, que levou a perseguições, a prisões arbitrárias, a impediosos aniquilamentos individuais e coletivos, manteve no mundo por longos anos a esperança na justiça social, a defesa do anticolonialismo e de um modelo sociopolítico alternativo – anticapitalista.

 

Para recordar esta revolução, que agora faz 100 anos (1917-2017), e apesar da destruição de muitos símbolos comunistas após 1991, encontra-se o corpo embalsamado de Lenine, desde 1930, num imponente mausoléu junto da muralha do Kremlin, na Praça Vermelha de Moscovo.

 

Face à presente ameaça da independência da Catalunha, o Governo de Madrid equacionou a possibilidade de suspender constitucionalmente o regime autonómico deste território. A integração histórica da Catalunha na Espanha resultou de um casamento entre Fernando de Aragão e Isabel de Castela, no século XVI, e não de uma autêntica vontade das populações da Catalunha. Daí que se tenha mantido até aos dias de hoje como uma das nações dentro do Estado Espanhol.

 

Várias vezes, ao longo da História, houve tentativas de separação da Catalunha do Estado Espanhol: em 1640, o que facilitou a restauração da independência portuguesa do domínio Filipino; em 1701-1711, durante a guerra da sucessão; em 1870, no período da primeira república espanhola e no decorrer da guerra civil, entre 1936 e 1939, que levou o regime franquista a degolar estas intenções emancipalistas da Catalunha.

 

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Não houve, para já, uma declaração unilateral de independência, por parte do governo autonómico catalão. As pressões para quebrar a eventual independência da Catalunha vieram de Madrid e do sistema financeiro, com vários bancos a deslocarem as suas sedes da Catalunha para o restante território espanhol. No contexto internacional da pretendida independência catalã encontram-se a desvinculação da Grã-Bretanha da União Europeia, designada Brexit, e a vontade da Escócia de se emancipar do Reino Unido.

 

A intenção da Catalunha, de se constituir em República, esbarra com as pressões de Espanha, com a neutralidade internacional e nas ambiguidades de querer manter o Euro como moeda e de não se saber quais irão ser as forças de segurança, de polícia e do exército, em situação de rutura institucional absoluta com o Estado Espanhol. Daí que o Governo Autonómico peça neste momento tempo para dialogar com Madrid.

 

Patenteiam-se duas questões, que nos parecem incontornáveis, ao estabelecermos alguma analogia entre a Revolução Russa e a revolta catalã: as revoluções ainda são possíveis num mundo pragmático e esquecido de utopias? Ou, pelo contrário, neste mundo pós-moderno, só são aceitáveis as reformas políticas dentro de uma lógica tecnocrática?

 

Embora a Constituição Espanhola de 1978 não preveja o direito das comunidades autonómicas à independência, no caso em análise, estamos perante nações histórica e linguisticamente assumidas. Será legítimo e democrático um Estado de direito fazer estas afirmações constitucionais, conhecendo estas premissas identitárias? Ou esta premissa constitucional evidenciará apenas a primazia dada ao imperialismo castelhano? Haverá, na verdade, uma nação espanhola? Claro que não. E, para entendermos isto, basta recorrrer à noção de nação e, dessa forma, esse pressuposto constitucional é claramente um falso argumento.

 

O referendo de 1 de outubro de 2017 mostrou uma vontade inequívoca dos cidadãos catalãos, que se deslocaram às urnas, de se emanciparem de Espanha. Madrid decidiu ilegalizar o referendo, no sentido de impedir a fragmentação do Estado Espanhol, uma vez que sabemos que a Espanha é formada por um conglomerado de nações.

 

Manifestou-se, em setembro e outubro de 2017, uma evidente tensão entre as autoridades catalãs e as autoridades do governo central, bem como entre populações pró e contra a independência da Catalunha, que se quer tornar uma república. O governo central ameaça, se houver declaração de independência, suspender a autonomia do governo catalão e, por consequência, ilegalizar o governo autonómico e as suas decisões.

 

A tensão permanece e irá, possivelmente, perdurar por várias semanas, meses ou anos entre os independentistas e o governo central de Madrid. Enquanto o governo autonómico pretende declarar a independência da Catalunha, Mariano Rajoy, chefe do Executivo Espanhol, ameaça suspender o regime autonómico da região.

 

Em suma, a independência da Catalunha configura um problema político, jurídico interno e externo, no âmbito da União Europeia. Veremos como se desenvolve este processo, que tem raízes históricas seculares. Todavia, a História Universal não terminou, como suspeitou Francis Fukuyama no fim do século XX, embora as revoluções sejam mais improváveis, mas não impossíveis, no quadro de Estados de direito democráticos em países desenvolvidos.

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

O PATRIOTISMO NOS DIAS DE HOJE – SUA ATUALIDADE CONJUNTURAL

 

 

O patriotismo é, por definição, o sentimento de amor à pátria mediante a defesa do país, como Portugal na 1ª guerra mundial, ou o enaltecimento dos valores históricos, culturais, linguísticos e simbólicos de um povo.

 

Em Portugal, rapidamente se oscila quase de um complexo de inferioridade a um complexo de superioridade, daí que a ideia de decadência da nação tenha perpassado na mentalidade portuguesa quase todo o século XIX, ao ponto de aparecer um golpe de estado conhecido como Regeneração (1851).

 

Se nos devemos congratular com as vitórias e as conquistas desportistas (como foi o caso dos futebolistas no Euro 2016 ou os desportistas medalhados do atletismo), o importante é o que permanece no conjunto de virtudes de um povo. Portugal, historicamente e por influência da matriz católica, tem sido um país pacífico e bastante solidário com os outros povos em dificuldades.

 

Um dos motivos que mais nos deve orgulhar é a utopia da fraternidade universal sustentada pelo sapateiro Bandarra, pelo prosador Padre António Vieira e pelo poeta Fernando Pessoa, porque a construção de um império de matriz espiritual, que permita a sã convivência da multitude de povos e de civilizações, deve ser um sonho que nos deve fazer orgulhar, por sermos um povo com uma “costela” de poeta, como aliás bem se evidencia no fado que soubemos erguer a Património Comum da Humanidade.

 

O património histórico e linguístico português, consubstanciado no espaço lusófono, é o caminho para a concretização desta utopia, que tanta falta faz nos dias que correm.

 

Sem dúvida que o século XIX foi um século de grandes contradições em Portugal, com grandes actos patrióticos e desconfianças face ao valor da nação, como foram os casos de Antero de Quental, no seu texto sobre as causas da decadência dos povos peninsulares, ou o emblemático e amesquinhado Zé-Povinho de Rafael Bordalo Pinheiro. A sátira bordalista contribuiu para o reforço do complexo de inferioridade lusitano, mas o que parece certo é que desde Viriato os Lusitanos foram uns bravos valentões em resiliência perante o poderio militar romano.

 

Por todas estas razões (e mais algumas que tenhamos esquecido de elencar) há, neste momento coletivo de crise do paradigma globalizante, um retorno claro aos sentimentos patrióticos, desde que não se caia numa atitude xenófoba. As competições desportivas despertam os sentimentos patrióticos, em particular com comoções coletivas quando as populações ouvem e cantam os seus hinos nacionais ou observam a subida das suas bandeiras nas hastes dos recintos desportivos.

 

Há ainda um motivo acrescido para que, e na Europa em especial, venha à tona o sentimento patriótico, uma vez que a conjuntura histórica do início do século XXI acrescida das crises das dívidas soberanas da Grécia, da Irlanda e de Portugal e o ‘Brexit’ da Inglaterra têm criado desconfiança na moeda comum – Euro - e feito esboroar o espírito europeísta, com receios generalizados de novos referendos nacionais, por ausência de lideranças europeias carismáticas e de uma sólida estratégia comum.

 

Como a “virtude está no meio”, assim o diz o ditado popular, ressurgem “patriotismos regionalistas de espaços alargados”, de que é um excelente exemplo o espaço lusófono que une os povos falantes de língua portuguesa, que se sentem irmanados por um espírito e uma identidade históricas comuns.

 

Perante a crise do fenómeno globalizante no aspecto económico-financeiro de completa desregulação, configurando um verdadeiro caos ético mundial que afecta as outras esferas coletivas, faz todo o sentido este ressurgir dos fenómenos patrióticos com uma mentalidade aberta ao diálogo pacífico e cooperante nas Nações Unidas, numa necessária reformulação desta instituição supranacional, que tenha em conta as recomendações do Papa Francisco para a preservação desta nossa casa comum, que é a terra. Se estes patriotismos alargados fazem sentido, os patriotismos estritos como o Escocês ou o Catalão são fenómenos perigosos de desaglutinação da Humanidade.

 

Por fim, é sintomático que, neste contexto histórico, Marcelo Rebelo de Sousa, pessoa culta, sensível e humanista, tenha dado um exemplo singular de patriota, por formação e por convicção, desde o seu discurso inaugural de posse do cargo de Presidente da República Portuguesa, bastante mobilizador das forças unidas dos portugueses, até aos seus atos insólitos que muito o têm aproximado da população portuguesa.

 

O patriotismo é, pois, um sentimento que está na moda, mas que, na verdade, nunca deve estar afastado das nossas tendências, uma vez que parte da nossa genuína identidade coletiva como povo e como parcela da Humanidade.

 

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

 

 

 

 

 

 

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