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Crónicas do Professor Nuno Sotto Mayor Ferrão

Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.

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A CHINA E A NOVA GUERRA FRIA (2013-2020) – O ATUAL CONTEXTO GEOPOLÍTICO INTERNACIONAL

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A China afirma-se, em 2020, como uma superpotência mundial. Na última década do século XX, houve um equívoco na pretensa vitória dos EUA na guerra fria, pois os EUA venceram esta tensão internacional, mas sem perceberem que não tinham vencido o paradigma comunista.

 

Em 15 de abril de 1989, aconteceu, em território chinês, o simbólico protesto na Praça Tiananmen, em que os protestos estudantis foram violentamente reprimidos. Este acontecimento traduz a repressão dos Direitos Humanos, que se verifica na China até aos dias de hoje, o que aliás preocupa intensamente a comunidade internacional e os organismos dos defensores dos Direitos Humanos.

 

O comunismo chinês emerge, no século XXI, com uma vitalidade aparentemente incompreensível, pois este país conseguiu inventar aquilo a que Nuno Severiano Teixeira denomina de neocomunismo[1], dado que este país realizou uma síntese eclética entre o sistema comunista e a economia de mercado com a implantação de um Capitalismo de Estado, num regime de partido único comunista, conjugado com uma Ditadura Digital.

 

Este novo ciclo político, desta superpotência, iniciou-se com a subida ao poder de Xi Jinping em 2013. Este líder chinês investiu na estratégia internacional de afirmação geopolítica do país, com uma orientação de fundo, que passou pelo reforço do autoritarismo interno e a aposta numa nova projeção internacional do país.

 

Para alcançar o pleno controlo da população, a China ergueu um sistema de crédito social[2], tal como nos diz Raquel Vaz-Pinto, e uma ditadura digital no sentido de implantar um sistema de gestão social autoritária.

 

Na verdade, a China adquiriu o estatuto de superpotência política e económica, entrando num clima de tensão com os EUA, a nível internacional, o que poderá configurar, sem dúvida, uma segunda guerra fria.

 

Tudo começou com a guerra comercial e tecnológica entre estas duas superpotências, que se apresentam ao mundo com dois modelos políticos antagónicos, isto é, um com o singular “sistema comunista de mercado” e o outro com “o liberal capitalista”. Estas duas superpotências disputam a liderança mundial em termos económicos e tecnológicos, mudando o caráter desta nova guerra fria (2013-2020).

 

Às contestações populares que se verificaram em Hong Kong, em 2019, a China respondeu, recentemente, com a Lei de Segurança e com prepotentes violências sobre os habitantes da região desta antiga colónia inglesa. Nesta estratégia internacionalista, da China, conta-se, também, a afirmação comercial da “Rota da Seda” e a tentativa hegemónica da HUAWEI na revolução digital 5G do mundo, que está a preocupar os norte-americanos e os europeus.

 

Em suma, perante esta “nova guerra fria”, abre-se novamente o problema ético da necessidade imperiosa de regulação do Capitalismo Global, no espírito das Nações Unidas.

_________________________

[1] Nuno Severiano Teixeira, “A segunda guerra fria”, Público, 29 de julho de 2020. p. 9.

[2] Raquel Vaz-Pinto, “A China e o sistema de Crédito Social”, Brotéria, nº 190 – 5/6, maio-junho 2020. pp. 535-541.

Nuno Sotto Mayor Ferrão

UMA HISTÓRIA UNIVERSAL DAS PANDEMIAS ATÉ AO SURTO DA DOENÇA COVID-19 – PASSADO, PRESENTE E FUTURO

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A pandemia do surto do COVID-19 está a provocar medo em todo o mundo, tendo despolutado um número colossal de infetados e de milhares de mortos.

 

Em outras épocas da História, verificaram-se pandemias com consequências demográficas igualmente bastante nefastas, como é o caso da varíola que perturbou a vida da humanidade por milhares de anos, afetando personalidades das elites, desde o faraó Ramsés II ao rei D. Luís XV de França. Este vírus era transmitido de pessoa a pessoa através das vias respiratórias, tendo sido erradicada do mundo, no fim do século XX, em resultado de uma vacinação massiva.

 

A peste bubónica disseminou-se entre os seres humanos no contacto com pulgas e roedores, sendo considerada a doença que propagou a Peste Negra e devastou  populações da Europa, da Ásia e da África no século XIV e que provocou a morte a cerca de 50 milhões de pessoas.

 

Este surto pandémico reduziu, substancialmente, a população mundial e europeia. O desespero pairava nas pessoas da época, levando muitas a rezarem pelo fim do surto. Alguns historiadores afirmam que este fator de crise ajudou ao desenvolvimento económico da Europa e potenciou a expansão imperialista europeia. As atividades agrícolas foram muito afetadas, uma vez que os proprietários tinham grande dificuldade em contratar mão-de-obra.

 

No século XVI, os espanhóis, na conquista militar dos territórios da América Central e do Sul, disseminaram doenças mortais entre as populações ameríndias, tendo levado a uma forte quebra demográfica destas populações.

 

Milhões de pessoas nativas morreram no decurso desta conquista do império espanhol, havendo uma perda de cerca de 60 milhões de indivíduos, sendo muitas das mortes causadas por estas doenças. Entre estas doenças mortais contam-se a varíola, o sarampo, a gripe, a peste bubónica, a malária, a difteria, o tifo e a cólera. Esta catastrófe humanitária gerou o definhamento das Civilizações Ameríndias (dos Incas, dos Maias e dos Astecas).

 

No século XVII, houve, na China, um surto epidémico levando à queda da dinastia Ming, que perdurava no poder desde três séculos antes com uma forte hegemonia sobre a região do leste asiático. Esta epidemia chegou ao norte da China, em 1641, provocando uma forte mortalidade.

 

Convém recordar que uma grande parte da muralha da China foi edificada durante a dinastia Ming. Esta mortandade terá sido originada por uma confluência da peste bubónica e da malária, trazida por povos invasores do norte, os quais derrubaram esta dinastia. Estes invasores submeteram a Manchúria e instauraram a dinastia Qing, que depôs a dinastia Ming, estabelecendo assim um novo império.

 

No início do século XIX, a febre amarela assolou alguns domínios coloniais. Esta febre, em conjunto com rebeliões de escravos, originou o fim do poder colonial francês, no Haiti. Assim, em 1801, o líder nativo Toussaint Louvert passou a governar o Haiti e, após várias vissicitudes, o país tornou-se independente.

 

Napoleão Bonaparte, descontente com o rumo dos acontecimentos na ilha, enviou milhares de soldados para submeterem a rebelião dos haitianos. Do ponto de vista militar, aparentemente, tiveram sucesso. No entanto, o efeito da febre amarela levou cerca de 50 mil soldados, oficiais, médicos e marinheiros a falecerem e somente 3 mil homens regressaram a França cabisbaixos. As forças francesas revelaram não ter imunidade à febre amarela, o que determinou o êxito da independência haitiana. Com este malogro, Napoleão Bonaparte abandonou as ambições coloniais francesas na América do Norte, tendo vendido, pouco tempo depois, o território da Louisiana ao governo dos Estados Unidos da América.

 

Em 1817, houve uma epidemia global de cólera, que matou muitos milhares de pessoas. A bactéria propiciadora do surto sofreu diversas mutações e causou novas vagas epidémicas em várias épocas posteriores. A sua transmissão sucede com base no consumo de água ou de alimentos contaminados, sendo frequente em territórios pouco desenvolvidos. Recentemente, o Haiti, em 2010, foi fortemente atingido pela cólera.

 

Originária da Ásia, designadamente da Índia e do Bangladesh, a cólera disseminou-se por outros continentes no quarto quinquénio do século XIX, tendo-se dispersado por outros continentes. Já existe uma vacina contra a cólera e que, embora não seja totalmente eficaz nesta doença, tem sido tratada à base de antibióticos.

 

No final do século XIX, verificou-se a peste bovina africana, concomitantemente à expansão colonial europeia, que tem sido designada pelos historiadores como “corrida a África”. Esta peste infetou grande parte do gado em África, originando uma enorme mortandade entre o gado bovino, sem ter afetado diretamente as comunidades humanas.

 

Este fenómeno aconteceu no contexto da intensificação da colonização europeia em África, que levou as potências europeias a explorarem o interior do continente e as suas riquezas. Entre 1888 e 1897, o vírus da peste bovina matou uma grande parte do gado africano, o que desencadeou uma devastação nas populações nativas africanas no sudeste, no sudoeste e no ocidente do continente, ao originar a fome e a migração de muitos refugiados das regiões dizimadas. Pouco tempo antes, tinha-se realizado entre 14 potências europeias a Conferência de Berlim, em 1884-1885, para estabelecer os critérios de ocupação e da divisão do continente africano entre as nações europeias, sem ter em conta as populações autóctones.  

 

Além das regiões da pastorícia, também as áreas agrícolas foram afectadas, dado que no trabalho dos campos se utilizavam os bois para arar a terra. Este ambiente de crise nas atividades económicas das populações africanas acabou por facilitar a colonização europeia de grandes regiões deste continente, no fim do século XIX.

 

De facto, na década de 1870, apenas uma parte ínfima do continente africano estava sob o controlo europeu, limitada às zonas litorais mas, em finais de Oitocentos, a maior parte das regiões africanas eram dominadas pelas nações europeias. A debandada das populações africanas, gerada pelo surto de peste bovina, estimulou a apropriação de terras por parte dos colonos europeus.

 

A gripe pneumónica, também conhecida como gripe espanhola, foi a maior pandemia da história da humanidade, tendo provocado a morte de 50 a 100 milhões de pessoas, nos anos de 1918-1919, por todo o mundo. A sua mortalidade foi superior à verificada no período da Peste Negra, no século XIV.

 

A pneumómica também ficou conhecida como gripe espanhola, visto que, no decorrer da Primeira Guerra Mundial, em período de censura de guerra na imprensa europeia, os periódicos espanhóis noticiavam evidências do surto epidémico. Muitos países foram afetados, como foi ocaso do Brasil onde o próprio presidente da República, Rodrigues Alves, morreu da doença, em 1919.

 

Em Portugal, a gripe pneumónica chegou durante o mês de maio de 1918 e encontra-se muito bem descrita no romance histórico de Francisco Moita Flores – Mataram o Sidónio!. Neste país, algumas regiões foram dizimadas com uma perda populacional da ordem dos 10%.

 

O combate ao surto epidémico, em Portugal, foi dirigido pelo Diretor Geral de Saúde, Ricardo Jorge, que deu nome ao atual Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, que nestes dias tem feito uma investigação aprofundada ao coronavírus 2019.

 

A política de Saúde Pública do Doutor Ricardo Jorge passou, na época, por encerrar escolas e proibir feiras e romarias, tendo-se convertido muitos espaços públicos em enfermarias. No entanto, a situação revelou-se bastante caótica, como muito bem nos descreve Francisco Moita Flores, no seu referido romance histórico.

 

A gripe de 1918 foi causada pelo vírus influenza A do subtipo H1N1, que se revelou, com muita frequência, mortal. A origem geográfica desta pandemia é desconhecida, ao contrário da atual gripe COVID-19, que consta ter tido o seu início num mercado da cidade chinesa de Hubei. Os sintomas da gripe espanhola eram muito idênticos aos do atual COVID-19, e não existia também qualquer cura.  A doença foi detectada, pela primeira vez, a 4 de março de 1918, no Kansas, nos Estados Unidos da América e, em Nova Iorque, a 11 de março.

 

Na Europa, as primeiras manifestações da doença verificaram-se, em abril de 1918, em tropas francesas, britânicas e americanas posicionadas em portos franceses, no decurso da Primeira Guerra Mundial. Todas as tropas beligerantes em confronto foram dizimadas por este surto infecioso.

 

No ínicio do século XXI, em 2009, surgiu, no México, um vírus nos porcos – H1N1 -, designada gripe suína, que se propagou no mundo e matou cerca de 16 mil pessoas. O contágio acontece, de forma similar, ao que sucede à disseminação da doença chamada COVID-19 através de gotículas respiratórias ou de superfícies contaminadas. No entanto, a pandemia do Coronavírus de 2019 está a ser bastante mais mortífera e a disseminar-se muito mais pela população mundial.

 

O coronavírus de 2019 (com o nome oficial COVID-19) é ainda pouco conhecido, podendo originar pneumonia. Foi identificado, pela primeira vez, na China e rapidamente expandiu-se por todo o mundo, embora atualmente tenha como epicentro os países da Civilização Ocidental. É, ainda, preciso mais tempo para estudar, cientificamente, este novo vírus, nas suas caraterísticas e na possibilidade de se alcançar um método de tratamento. O mundo já regista perto de 1 milhão e meio de infetados e milhares de mortos disseminados por muitos países do mundo, cuja expansão geográfica foi facilitada pela globalização das viagens.

 

Em suma, perante este passado delineado dos surtos pandémicos e este último de 2019-2020, torna-se premente a implementação de um conceito estratégico de segurança coletiva universal, no contexto desta frágil globalização sanitária, que potenciou o surto pandémico do COVID-19, apontando para a importância de uma verdadeira coordenação coletiva da ONU/OMS e do seu reforço estratégico como entidade humanitária supranacional, para que se garanta um futuro sustentável da humanidade.   

 Nuno Sotto Mayor Ferrão

A RESISTÊNCIA HUMANITÁRIA À PANDEMIA COVID-19 E O ISOLAMENTO SOCIAL PROFILÁTICO

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Esta doença infecciosa, conhecida por COVID-19, detectada primeiramente na China, continua a expandir-se para outros países, como em Itália onde apareceu no dia 31 de janeiro de 2020 ou nos Estados Unidos da América, que confirmaram o primeiro caso no dia 24 de fevereiro deste ano ou em muitos outros os países em que foi sendo diagnosticado, tornando-se uma pandemia reconhecida pela Organização Mundial de Saúde.

 

Em Portugal, o primeiro caso foi diagnosticado no dia 2 de março de 2020, encontrando-se ainda em crescimento a sua difusão, bem como no mundo com o surto pandémico a acelerar o seu ritmo de expansão estatística, de acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde.

 

A resistência que houve em França e em outros países, durante a segunda guerra mundial, foi um dos fatores fundamentais para a vitória das forças aliadas sobre os nazis. A resiliência psicólogica e física irá ser fundamental para os portugueses, os europeus, os brasileiros e muitos outros povos do mundo nesta batalha contra esta pandenia do Coronavírus 2019 (COVID-19) e que, neste momento, tem o seu epicentro na Europa.

 

Chama-se a este fenómeno de resistência coletiva estabelecido em Portugal pelo Estado de Emergência isolamento social profilático, mas é preciso resiliência para não se cair no desânio ou na depressão perante notícias mais alarmantes. É um conjunto de três elementos que é fundamental para garantir a resistência/resiliência perante a evolução ciclópica desta pandemia em Portugal, na Europa e no mundo. Iremos, então, referir estes 3 elementos cruciais para a sanidade psíquica, física e sanitária dos milhões de cidadãos, que em Portugal, na Europa e no mundo se encontram em isolamento social nas suas habitações (#ficaemcasa).

 

Em primeiro lugar, apenas a unidade espiritual e as solidariedades coletivas em termos familiares, fraternais entre comunidades de amigos, patrióticas, lusófonas e europeias nos poderão garantir o ânimo para enfrentar este isolamento social imposto em muitos países do mundo e, em particular, na Europa.

 

A Inglaterra que resistia a tomar medidas tão drásticas, acabou de decretar este mesmo isolamento social profilático. Nesta era digital, apesar da sobrecarga das plataformas de comunicação, a internet e os “smartphones” tornaram estas atitudes mais fáceis de realizar. As solidariedades patenteiam-se nas compras que os vizinhos mais novos fazem aos vizinhos mais velhos e as palavras de conforto que trazemos uns aos outros através destes meios digitais.

 

Em segundo lugar, apenas com uma fé transcendental ou com uma forte convição espiritual, num retorno necessário às humanidades e às revistas culturais, aos livros e à “cultura online”, se conseguirá vencer este inimigo invisível, que anda por aí devido à globalização social que facilitou a inesperada circulação de pessoas numa escala planetária, com viajantes de todas as nações e de vários grupos sociais.

 

As humanidades, num indispensável retorno do mundo à metafísica, permitirão perceber que esta crise imeniente irá fazer tomar consciência às pessoas, aos governantes e às empresas sedentas do lucro fácil, especulativo, de que o abismo climático estará à nossa porta dentro de algumas décadas, neste século XXI.

 

O maravilhoso mundo novo, numa alusão a uma obra-prima de denúncia simbólica do escritor Aldous Huxley, que nos prometiam os positivistas e os neopositivistas do progresso constante, como foi o ingénuo caso de Francis Fukuyama, não passou de uma ilusão de ideólogos tecnocráticos.

 

Assim, unicamente com a complementaridade das visões tecnocráticas e das visões humanistas será possível construir um mundo melhor para as próximas gerações, pois, caso contrário, a Humanidade irá de colapso em colapso até ao seu próprio extermínio. É imperioso cuidar da “nossa casa comum”, como nos diz o Papa Francisco, com um espírito mais franciscano e mais afastado da teoria dos interesses.

 

Em terceiro lugar, emerge o papel da ciência médica e da indústria farmacêutica na busca de novos métodos de tratamento, de cura e de uma vacina para prevenir os novos surtos de COVID-19, que poderão aparecer ainda em final de 2020 ou início de 2021. É absolutamente vital a investigação laboratorial humanitária, da China, dos Estados Unidos e da Alemanha, em prol de tod@s os cidadãos do mundo, uma vez que poderá ser primordial para reduzir vítimas letais deste surto pandémico e minimizar grandes efeitos colaterais na economia.

 

Estão a revelar-se autênticos heróis os trabalhadores do Sistema Nacional de Saúde dos países europeus e do mundo, eventualmente, onde haja estruturas sanitárias semelhantes, pois o mundo foi apanhado desprevenido com este surto pandémico e apenas o esforço humanitário e o sacrifício suplementar da comunidade médica, de enfermeiros, de auxiliares de ação médica, de farmacêuticos e de fornecedores de bens essenciais tem conseguido responder com dificuldade ao crescimento exponencial de casos por todo o mundo, cifrando-se em mais de 350 mil de pessoas infectadas a nível global, embora a batalha esteja a ser muito dura, particularmente em Itália e em Espanha, nesta fase no fim do primeiro trimestre de 2020.

 

O problema continua a ser que a economia está baseada em pantanosos alicerces financeiros, que apenas desvirtua a economia real e a torna muito mais vulnerável aos golpes fraudulentos dos detentores de grandes fortunas e à fuga de capitais para maléficos paraíses fiscais, que garantirá mais desigualdades sociais no mundo, como o anunciam os relatórios PNUD da ONU.

 

Neste âmbito financeiro, foi positiva a decisão da Comissão Europeia, anunciada por Ursula Von Der Leyen, de que os países europeus da União Europeia passavam a usufruir de uma flexibilidade orçamental com a exclusão da regra de um máximo de défice orçamental de cada país de 3%, no decorrer desta conjuntura pandémica.

 

Em suma, nesta conjuntura de guerra contra esta pandemia, impõe-se uma resistência coletiva com um isolamento das famílias e das pessoas infetadas para se estancarem as correntes infecciosas, que circulam nas nossas sociedades neste mundo global. Unicamente mediante esta resistência coletiva, a que apelou Winston Churchil com o seu famoso discurso, do início da segunda guerra mundial, de “sangue, suor e lágrimas” face ao inimigo nazi, em 1940, será possível vencer este terrível inimigo invisível que é o Coronavírus 2019 (COVID-19). 

Nuno Sotto Mayor Ferrão

O CORONAVÍRUS 2019 (COVID-19) – INFORMAÇÕES ATUAIS E RECOMENDAÇÕES, A GRIPE ESPANHOLA DE 1918-1919 E O LIVRO “A PESTE” DE ALBERT CAMUS

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  1. O Coronavírus e a Saúde Pública

Uma epidemia de doença infecciosa, que se alastra facilmente por uma grande região geográfica como uma doença nova e perigosa, dá-se o nome de pandemia. Presentemente, a Organização Mundial de Saúde ainda não classificou o COVID-19 como uma pandemia.

 

Os coronavírus são um conjunto de vírus, que já se conhecem desde os anos 60 do século XX. A maioria dos indivíduos sofre infeções de coronavírus durante a vida mas como infeções respiratórias leves a moderadas. Contudo, este coronavírus de 2019 (com o nome oficial COVID-19) é ainda bastante desconhecido, podendo originar pneumonia. Foi identificado, pela primeira vez, na cidade chinesa de Hubei, no fim de 2019.

 

É ainda preciso mais tempo para estudar, cientificamente, este novo vírus, nas suas caraterísticas e na possibilidade de se alcançar um método de tratamento. Desconhece-se, na comunidade internacional, neste momento a origem da infeção. A sintomatologia é idêntica a uma gripe, constando de febre, de tosse, de falta de ar e de cançaso. Em situações mais complicadas, pode dar origem a uma pneumonia grave com insuficiência respiratória, falência dos rins e provocar mesmo a morte.

 

É de 2 a 14 dias o período de incubação da doença, desde a infeção inicial do COVID-19 até ao surgimento de sintomas, daí a recomendação de se fazer um tempo de quarentena de duas semanas para pessoas provenientes de regiões ou de países com muitas pessoas infectadas.

 

A transmissão faz-se através de contacto pessoal e o tratamento destina-se a debelar os sintomas dos doentes. O uso de antibióticos é contraproducente no tratamento do COVID-19, dado que estes não curam vírus e a sua utilização poderá aumentar a resistência futura a antibióticos.

 

Já neste século XXI, em 2002-2003 e em 2012, se verificaram, no mundo, surtos de coronavírus provocado pelo SARS-CoV e pelo MERS-CoV, tendo provocado infeções respiratórias graves. Não existe ainda vacina para o COVID-19.

 

É conveniente adoptarmos, todos nós caríssim@s concidadãos, algumas medidas de proteção e prevenção para diminuir o risco de sermos contagiados pela doença: a higiene frequente das mãos; ao tossir e ao espirar cobrir a boca com um pequeno pano para evitar a difusão de gotículas difusoras da doença; manter uma distância social de pelo menos 1 metro diante de doentes infectados, ou diante daqueles que tossem ou manifestam sintomas febris; evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca antes de lavar as mãos, pois se alguma superfície tiver sido contaminada poderemos contrair a doença; se tivermos febre ou dificuldade em respirar devemos pedir auxílio médico e o mesmo se tivermos vindo de uma viagem de uma zona de prevalência intensa de proliferação do vírus (casos da China, de Itália, da Coreia do Sul, do Japão ou do Irão); quando visitarmos mercados, de animais vivos, deveremos lavar, muito bem, as mãos e não colocar as mãos nos olhos, na boca, nem no nariz, antes de procedermos à sua higienização; evitemos o consumo de animais crus ou pouco cozinhados; manipulemos os alimentos crus com muita precaução.

 

  1. A pneumónica de 1918-1919

A gripe pneumónica, também conhecida como gripe espanhola, foi a maior pandemia da história da humanidade, tendo provocado a morte de 50 a 100 milhões de pessoas, nos anos de 1918-1919, por todo o mundo. A sua mortalidade foi muito superior à verificada no período da Peste Negra do século XIV. A pneumómica também ficou conhecida como gripe espanhola, visto que, no decorrer da primeira guerra mundial, em período de censura de guerra na imprensa europeia, a imprensa espanhola noticiava evidências do surto epidémico.

 

Em Portugal, a gripe pneumónica chegou durante o mês de maio de 1918 e encontra-se muito bem descrita no romance histórico de Francisco Moita Flores – Mataram o Sidónio!. Neste país, algumas regiões foram dizimadas com uma perda populacional da ordem dos 10%.

 

O combate ao surto epidémico, em Portugal, foi dirigido pelo Diretor Geral de Saúde, Ricardo Jorge, que deu nome ao atual Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, que nestes dias tem feito análises aos cidadãos que entram em Portugal e são suspeitos da possibilidade terem contraído o coronavírus 2019. A política de Saúde Pública do Doutor Ricardo Jorge passou, na época, por encerrar escolas e proibir feiras e romarias, tendo-se convertido muitos espaços públicos em enfermarias. No entanto, a situação revelou-se bastante caótica, como muito bem nos descreve Francisco Moita Flores no seu referido romance histórico.

 

A gripe de 1918 foi causada pelo vírus influenza A do subtipo H1N1, que se revelou, com muita frequência, mortal. A origem geográfica desta pandemia é desconhecida, ao contrário da atual gripe COVID-19, que consta ter tido o seu início no mercado da cidade chinesa de Hubei. A doença foi detectada, pela primeira vez, a 4 de março de 1918 no Kansas, nos Estados Unidos da América, e em Nova Iorque a 11 de março.

 

Na Europa, as primeiras manifestações da doença verificaram-se, em abril de 1918, em tropas francesas, britânicas e americanas posicionadas em portos franceses, no decurso da primeira guerra mundial. Todas as tropas beligerantes, em confronto, foram dizimadas por este surto infecioso.

 

  1. A parábola literária da obra-prima A Peste de Albert Camus

Este livro publicado em 1947, numa ressonância crítica do que foi a segunda guerra mundial, aborda o horror e a resiliência do ser humano a fenómenos extremos como o de uma peste ou o morticínio bárbaro e inarrável do Holocausto nazi.

 

Esta obra consagrou Albert Camus como um escritor consagrado da literatura contemporânea. A narrativa começa numa manhã de 16 de abril, da década de 40, quando o doutor Bernard Rieux, ao sair do seu consultório, tropeça num rato morto.

 

Esta situação será a manifestação de uma epidemia de peste que se espalhará pela cidade de Orão, na Argélia, a qual será sujeita a um período de quarentena, tal como se verificaram também tempos de quarentena em Hubei, com o isolamento de milhões de chineses, e, em Itália, onde as autoridades reagiram às infecções por coronavírus, isolando 50 mil pessoas em povoações do norte do país. A cidade de Orão tornou-se um local claustrofóbico, em que os seus habitantes foram tomados por estados de grande sofrimento, ou mesmo, de loucura.

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

Fontes online (consultados em 28.02.2020):

Direção Geral de Saúde - coronavírus

Organização Mundial de Saúde

Wikipédia - Pandemia

Gripe Pneumónica - Ensina RTP

Wikipédia - Gripe Espanhola

A Peste de Albert Camus

DA GUERRA DA COREIA (1950-1953) ÀS POLÍTICAS MILITARISTAS DE KIM JONG-UN (1953-2017)

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A Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, insere-se no contexto internacional da guerra fria, no momento em que a Correia do Norte de ideologia marxista invadiu a Coreia do Sul, a 25 de junho de 1950, mas os Estados Unidos, com a anuência das Nações Unidas, vieram em socorro da Coreia do Sul. Por sua vez, a China e a URSS posicionaram-se do lado da Coreia do Norte.

 

Desde 1945 que as tropas dos EUA ocuparam o sul da península coreana. E logo, em 1948, a Coreia, no contexto do conflito ideológico marxismo-capitalismo, separa-se em dois Estados rivais, um de influência norte-americano a sul e outro de influência soviética a norte. As fronteiras entre as duas Coreias eram encaradas como efémeras. Quando a Guerra da Coreia teve início, a ONU condenou a invasão do exército do Norte e considerou-a ilegal, pelo que enviou um contigente de capacetes azuis para restabelecerem a paz na região.

 

Apesar de no início a Coreia do Norte estar em vantagem militar, os aliados da Coreia do Sul impuseram, posteriormente, algumas derrotas às forças Norte-Coreanas. Os EUA e os seus aliados conseguiram empurrar as tropas Norte-Coreanas para trás das suas fronteiras iniciais, o que motivou a intervenção militar da China ao lado da Coreia do Norte, dando algum equilíbrio às forças no terreno.

 

Nos anos de 1951 e de 1952, manteve-se uma guerra de pequenos incidentes em terra mas com uma firme resistência na linha divisória do Paralelo 38. Por outro lado, a guerra aérea intensificou-se com os EUA a submeterem as cidades norte-coreanas a bombardeamentos constantes e a península a ser alvo de combates de caças a jato entre as forças beligerantes. Este foi um dos primeiros episódios da guerra fria, em que os pilotos estrangeiros do mundo comunista e do mundo capitalista vinham em auxílio dos seus aliados político-ideológicos. Nesta Guerra da Coreia destacaram-se várias batalhas aéreas na zona chamada Alameda dos Migs, onde muitos aviões foram abatidos e ceifadas inutilmente 4 milhões de vidas.

 

A Guerra terminou em 27 de julho de 1953, com a assinatura dum periclitante armísticio. Todavia, este acordo prévio não desencadeou nenhum tratado de paz, apenas se estabeleceu uma zona desmilitarizada de separação das duas Coreias, pelo que, por definição, ambas permanecem na atualidade em guerra, arrastando-se as hostilidades fronteiriças e das cúpulas políticas.

 

Em 2017, o mundo acordou assustado com a capacidade de hostilidade nuclear da Coreia do Norte, que criou uma poderosa bomba de hidrogénio, cuja experiência provocou abalos sísmicos nas zonas limítrofes. Kim Jong-un vem ameaçando que esta bomba nuclear pode ser colocada num míssil balístico intercontinental, podendo atingir grandes distâncias.

 

Com as recentes experiências, no verão deste ano, a Coreia do Norte tem assustado os seus vizinhos e a comunidade internacional. A tensão entre os EUA e a Coreia do Norte tem sido protagonizada pelos seus exuberantes e erráticos líderes, com atitudes provocatórias muito perigosas. Isto deu lugar à atribuição pela Academia Sueca do Prémio Nobel da Paz de 2017 à instituição ICAN.

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A tensão EUA-Coreia do Norte não é nova pois advém já do contexto da guerra fria, agudizando-se essa tensão desde a tomada de posse de Donald Trump. Algumas fricções têm percorrido a segunda metade do século XX, como aconteceu, em 1968, quando a Coreia do Norte capturou um navio norte-americano chamado USS Pueblo e, no ano seguinte, quando derrubou um avião de reconhecimento norte-americano. No fim de século, o líder Kim Jong-il, sucessor dinástico do regime setentrional coreano, prometeu desmantelar o seu programa nuclear, mas, na verdade, passado algum tempo o seu país experimenta um míssel balístico de longo alcance.

 

A tensão internacional exacerba-se mesmo depois da guerra fria, quando George W. Bush, na era do terrorismo global, declara como trilogia demoníaca - o Iraque, o Irão e a Coreia do Norte - que rotula de “Eixo do Mal”, por suspeitas de encobrirem atividades terroristas. Este fator potenciou a intensificação do programa nuclear norte-coreano, como estratégia preventiva de defesa do país em face de um eventual ataque hostil dos EUA.

 

Em 2008, os EUA, e ainda durante a administração Bush, reconhecem que a Coreia do Norte não apoia fenómenos terroristas, mas continua a exigir o controlo dos equipamentos nucleares do país. Apesar de este facto amenizar a tensão, continuou a haver acontecimentos nefastos neste ambiente de crispação, designadamente com a detenção na Coreia do Norte de vários norte-americanos.

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Com King-Jong-un e a liderança de Donald Trump, a tensão internacional com os EUA voltou a reemergir no plano mundial. Há, assim, um pré-conflito que tem uma dimensão histórica e ideológica inegável, uma vez que o líder norte-coreano pretende exacerbar o ódio ao inimigo externo para poder unir o seu povo em volta da necessidade de construir armas nucleares.

 

Ao mesmo tempo, Trump tem ameaçado a Coreia do Norte, acentuando-se, em agosto e em setembro de 2017, este clima de hostilidade, em que a comunidade internacional chegou mesmo a temer o início de uma guerra nuclear, de efeitos previsivelmente catastróficos para a região e o mundo.

 

Desde 2006 que o regime norte-coreano tem feito testes nucleares e a ONU tem deliberado sanções, ao nível do embargo de armas e de natureza económicas, sobre o país, o que tem prejudicado bastante a economia do país e agravado ainda mais a miséria da população.

 

A Coreia do Norte intimida a comunidade internacional pelo seu programa nuclear e pelos seus testes nucleares provocatórios aos países vizinhos (Coreia do Sul e Japão) e o seu isolamento internacional também vem criando temores no mundo dos nossos dias, uma vez que pouco se conhece sobre o país e o seu singular líder, que detém um poder ditatorial individual.

 

Será que o início de um eventual conflito nuclear, entre a Coreia do Norte e os EUA e os seus aliados, configurará uma 3ª guerra mundial?

 

Este conflito não parece configurar uma guerra mundial, embora possa ter um impacto ambiental mundial pela irradiação dos gases tóxicos na atmosfera, dado que os especialistas julgam que não há condições para a formação de duas alianças militares rivais, como aconteceu na 1ª e na 2ª guerras mundiais. Seria, deste modo, um conflito de âmbito regional, possivelmente circunscrito à Ásia, mas que teria, obviamente, um impacto catastrófico sobre o nosso planeta.

 

Em suma, sair desta situação de tensão internacional é crucial. Para isso a mediação da UE ou da China num diálogo diplomático entre as partes hostis pode ser um caminho efetivamente recomendável e a recente passagem de Donald Trump pela China indica que esta estratégia estará em curso. Contudo, o afastamento total desta ameaça de guerra só será possível fazendo sair a Coreia do Norte do impasse em que se meteu, isto é, apesar de ter conseguido um progresso militar e nuclear bastante significativo, a sua população vive num estado económico deplorável e de grande opressão dos seus Direitos Humanos.

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

 

 

LINHAS DE FORÇA DA HISTÓRIA UNIVERSAL DO SÉCULO XXI (2001-2016)

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A História Universal do início do século XXI tem-nos trazido, em maior número, grandes acontecimentos negativos do que positivos. Esta afirmação, eventualmente polémica, faz-nos perguntar: onde mora a marcha progressiva da Civilização mundial ? Ora passemos, em revista, os principais acontecimentos que marcaram o início do século XXI.

 

Assim, conta-se em maior número os gigantescos acontecimentos deprimentes, do que os grandes acontecimentos esperançosos. Pretendemos traçar, com estas linhas, uma breve síntese de alguns dos traços históricos mais relevantes do século XXI.

 

O nosso século começou, de forma francamente negativa, com o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 às Torres Gémeas em Nova Iorque, que ceifou a vida de mais 3000 a 4000 pessoas. Desconcertado com a vulnerabilidade do seu país, o presidente norte-americano G. W. Bush resolveu atacar o Afeganistão, nesse ano, e envolver-se numa guerra difícil no Iraque, que só terminou na primavera de 2003 com a deposição do regime totalitário de Saddam Hussein. Um dos poucos sinais de esperança, no início deste século, foi a independência de Timor-Leste em 2002 sob os auspícios da comunidade internacional, que afastou este país das garras indonésias.

 

Os anos subsequentes da primeira década do século XXI foram tingidos de negro com o trágico tsunami asiático de 26 de dezembro de 2004, com a prisão do maior aldrabão financeiro da história da Humanidade, Bernie Madoff, que cometeu uma gigantesca fraude financeira que prejudicou uma multidão de seres humanos, com a crise financeira de 2008-2009, que começando na banca, abriu caminho a uma violenta crise económica mundial com nefastas repercussões na sociedade mundial, fazendo reviver, à Humanidade, os tons escuros da violenta crise económica de 1929.

 

O primeiro grande sinal de esperança, neste século, surgiu com a galvanização mundial resultante da eleição do presidente norte-americano, Barack Obama em 2008, primeiro presidente americano negro, que lançando o slogan “Yes, we can” entusiasmou grande parte da comunidade mundial.

 

Pouco depois, apareceu um grande pedregulho na marcha da Humanidade com a crise das dívidas soberanas europeias, o que foi descoberto em 2010 na Grécia, pondo em causa a sustentabilidade financeira da Zona Euro. Apesar deste desaire económico europeu, ventos de leste lançaram alguma esperança na economia mundo com a República Popular da China a afirmar-se, neste mesmo ano, como a segunda potência económica mundial.

 

Em 2011 Osama Bin Laden foi capturado e morto por forças norte-americanas, numa operação de sequestro, e a comunidade internacional julgou, prematuramente, que, face a isto, a Al-Qaeda e as organizações terroristas perderiam vigor. Nada mais enganador.

 

Entretanto, desde o fim do século XX que o fenómeno da globalização, nas suas virtudes e nos seus defeitos, se aprofunda, designadamente criando crescentes clivagens sociais entre as pessoas muito ricas e as pessoas muito pobres no mundo e deixando as classes médias cada vez mais afogadas em dificuldades fiscais. Não obstante, vingou positivamente a revolução digital desde o fim do século XX, que tornou o mundo, cada vez mais, uma verdadeira “aldeia global”, favorecendo o acesso à informação, mas não à sabedoria, de milhões de pessoas em todo o mundo.

 

Em 2010 emergiu um fenómeno virtuoso com a designada “Primavera Árabe”, que acabou por ser um bom prenúncio, mas que tarda em afirmar-se como uma realidade. Em 2013 surgiu um sopro de esperança com a eleição de Francisco como Papa, que com a sua simplicidade franciscana e a sua sabedoria de jesuíta, tem levado a Igreja Católica a modernizar-se de acordo com o espírito do Concílio Vaticano II e a entusiasmar a comunidade católica e muitas populações pacifistas dos nossos dias.

 

Em 2014, com as guerras civis da Síria, da Ucrânia, com a prepotente anexação da Península da Crimeia sob o impulso imperialista de V. Putin e com a criação do Estado Islâmico, na região transfronteiriça da Síria e do Iraque, o mundo parece deixar-se tolher pelas dinâmicas nefastas das forças inversas da bondade.

 

No ano de 2015, a Europa foi acordada por uma violenta crise humanitária de refugiados, que acorreram à Europa em busca de asilo ou de melhores condições de vida. No entanto, este ano, referido, terminou com alguns fumos brancos de esperança nas conclusões da cimeira mundial do ambiente, realizada em Paris, não sem que antes a cidade Luz tenha acordado em 13 de novembro com um lastimável ato terrorista.

 

O presente ano, de 2016, foi marcado pelo trágico sismo que abalou a Itália, mas presentemente a comunidade internacional está a ser bafejada pela expetativa de António Guterres, político, diplomata e humanista cristão português, de alma lusófona, poder vir a ser eleito Secretário-Geral das Nações Unidas e vir a tentar reformar os meios humanitários desta benemérita instituição supranacional, em busca de um mundo melhor, numa utopia indispensável nos dias que correm, sempre velozes, na senda das Comemorações dos 500 anos do lançamento da obra Utopia de Thomas  More.

 

Sabendo o condicionalismo desta leitura, de sociologia histórica dos nossos dias, fortemente influenciada pelos meios de comunicação social, para os quais é notícia “o homem que mordeu o cão”, fui levado pela minha intuição histórica a testemunhar a veemência das linhas de força negativas que estão a comandar as dinâmicas sociais mundiais dos primeiros anos do século XXI.

 

Não obstante, há bons sinais de esperança, mas para isso é preciso que homens e líderes se deixem guiar, q.b., por um pragmatismo temperado por alguns ideais utópicos. Em suma, como dizia o pensador francês Paul Ricouer, sem uma Humanidade que saiba cozinhar a ideologia, em voga, com ideais utópicos não se alcançarão os progressos desejáveis do nosso evoluir histórico coletivo como Humanidade.

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

 

MO YAN, A DIVINA COMÉDIA EDITORES E A CHINA ATUAL

 

A Divina Comédia Editores é uma nova Editora em Portugal que iniciou a sua atividade, em novembro de 2012, com a publicação do livro de Mo Yan, escritor chinês que foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, intitulado Mudanças. Esta promissora Editora, liderada por Alexandre de Vasconcelos e Sá e pela sua sólida equipa de trabalho, pretende editar obras de ficção e de não ficção de qualidade, dando espaço à pluralidade de opiniões.

 

A sede desta Editora, adjacente à Avenida da Liberdade em Lisboa, associada ao grupo Editorial Babel de Paulo Teixeira Pinto, estará pronta em abril deste ano e começará em breve a sua atividade editorial de uma forma continuada. A imagem de marca desta Editora é uma cadeira esboçada por Alexandre Vasconcelos e Sá e um dos seus braços direitos sugeriu o nome Divina Comédia em homenagem à obra-prima, da Literatura Universal, de Dante Alighieri.  

 

O livro Mudanças de Mo Yan, pseudónimo de Guan Moye, retrata num género de romance autobiográfico as mudanças da China ao longo da segunda metade do século XX até ao início do século XXI, numa narrativa comparativa e não cronológica, embora situando os acontecimentos do protagonista no tempo. A sua prosa está recheada de uma fina ironia que tornam bastante cativante a leitura do livro.


A atual situação da China, em crescente ascensão geoestratégica mundial, redobra o interesse deste livro, porque o “Socialismo de mercado” que Deng Xiaoping burilou e se concretizou no contexto da Globalização desregulada permitiu a irrupção fulgurante da economia chinesa em tempos de estagnação da economia mundial, neste início do século XXI.

 

Transparece da vida de Mo Yan que pretendeu criticar, de forma subliminar, o próprio sistema Chinês, uma vez que na sua escrita descreve a realidade do seu país insinuando ironicamente os paradoxos da sociedade chinesa em que à eficácia e ao pragmatismo do sistema político-económico subjaz uma desumanidade profunda para com as pessoas.

 

Não nos podemos esquecer que o preço da prosperidade económica e da modernização da China foi o cerceamento da liberdade política, pois aquando de uma celebérrima manifestação juvenil, na esteira dos ventos da "Perestroika", no outono de 1989, na Praça de Tian’anmen em Pequim, houve um brutal massacre dos cidadãos chineses que criticavam e exigiam mudanças no regime.


Em síntese, este regime reformado por Deng Xiaoping deu lugar a uma conciliação da ditadura comunista com a crescente aceitação da economia de mercado, o que proporcionou a prosperidade da economia chinesa atual em detrimento do respeito pelos Direitos Humanos e pela Liberdade Política e Cívica dos cidadãos chineses, como a Amnistia Internacional bem tem denunciado.

 

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

 

 

 

FÓRUM ECONÓMICO MUNDIAL (2011) EM DAVOS E OS PARADOXOS DA PRESENTE GLOBALIZAÇÃO

 

 

O Fórum Económico Mundial que se realiza em Davos, na Suíça, de 26 a 30 de Janeiro tem revelado a confiança dos participantes no crescimento económico dos países emergentes. Não obstante, debatem-se, também, os múltiplos constrangimentos mundiais, desta nova configuração geoeconómica internacional, em particular: o abrandamento do progresso económico Europeu e a crise da dívida soberana da zona Euro, a tendência perigosa do aumento dos preços dos bens alimentares geradores de crispações sociais como tem sido visível na Grécia e em alguns países do Norte de África.

 

Esta nova estrutura económica mundial procedente da Globalização e das políticas de desregulamentação dos mercados financeiros originaram a grande crise financeira de 2008 e tem gerado um fenómeno paradoxal: uma diminuição das disparidades económicas entre países de grande dimensão territorial, por acção da revolução tecnológica e da capacidade demográfica, e um aumento das desigualdades sociais internas com o crescente fosso entre ricos e pobres e a gritante diminuição do grupo dos “remediados” na maioria dos países desenvolvidos.

 

Em 1970 iniciou-se o primeiro Fórum Económico Mundial criado pelo Professor Klaus Schwab. O novo panorama mundial em termos de geoestratégia económica é dominado pela transferência dos poderes económicos mundiais do Hemisfério Ocidental para o Oriental (China, Índia, Paquistão, Tailândia, etc) e do Hemisfério Norte para o Sul (Brasil, México, Chile, etc). As diversas sessões deste Fórum que reúne 2500 pessoas (gestores, políticos, empresários, banqueiros, etc) abordam temas quentes da nova Era Internacional e assistimos aos discursos dos mais importantes líderes Europeus (David Cameron, Nicolas Sarkozy, Ângela Merkel, Jean Claude-Trichet, etc) e de muitos líderes dos países emergentes. Para inculcar, na opinião pública mundial, a ideia do universalismo deste Fórum estarão presentes líderes religiosos, culturais e membros de Organizações Não Governamentais.

 

Na verdade, o declínio Civilizacional Europeu resultou dos nacionalismos exacerbados que se traduziram nas duas Guerras Mundiais do século XX e do actual insucesso de uma Europa coesa, incapaz de recompor os sistemas de Segurança Social e que investiu numa estratégia precipitada de desmesurado alargamento geográfico dos confins do espaço da União Europeia. O Fórum Económico Mundial está a reflectir sobre a necessidade de estabelecer novas regras perante um espaço económico internacional mais vasto e mais inseguro pela sua crescente complexidade e pela retumbante crise financeira de 2008.

 

Esta nova dinâmica económica, de esteios éticos titubeantes, tem potenciado crescentes desigualdades sociais, dentro dos países desenvolvidos entre ricos e “remediados” (classe média) e entre países ricos e países pobres como tem sido denunciado pelos relatórios das Nações Unidas, constituindo um paradoxo iniludível da presente Globalização. Não espanta que esta dicotomia mundial entre o aparente progresso económico e o significativo retrocesso social tenha reforçado o movimento de Alter-Globalização e a crescente importância do Fórum Social Mundial que tem sido especialmente apreciado pelas populações das potências emergentes como o Brasil ou a Índia.

 

Nuno Sotto Mayor Ferrão

 

 

 

 

 

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