Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.
Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.
O Jogging é um desporto barato, que se pode realizar praticamente em qualquer lugar, que se assume como libertador do espírito e das tensões musculares acumuladas no corpo humano, pois permite a diminuição da ansiedade e do stress diário que caracteriza as sociedades mais desenvolvidas do início do século XXI. Parece-me uma modalidade desportiva adequada, como resposta barata, à crise económica que se faz sentir em Portugal, na Europa e no mundo. Este desporto respeita o ritmo e a cadência interna de cada cidadão e a existir competição pode ser praticada no sentido da auto superação de distâncias e de tempos contabilizados, de forma que os indivíduos podem competir serenamente consigo mesmos, sem estarem preocupados com os ritmos alheios. Aliás, é este o objectivo mais nobre de uma educação digna, em particular neste caso de uma educação desportiva saudável.
Assim, a prática desta modalidade desportiva se exercida com sensatez e sentido de equilíbrio garante o cumprimento do belo ideal Helénico: “corpo são, em mente sã”, porque um dos dramas da saúde pública atual é a obesidade dos jovens e dos adultos resultante dos processos de sedentarização das cidades contemporâneas. O ritmo alucinante e a anomia ética das sociedades atuais em processo de Globalização desregulada, devido à ditadura da tecnocracia financeira, têm feito perder qualidade de vida aos cidadãos que precisam de serenidade para travarem os processos de alienação colectiva em função de uma ideologia única que se quer impor.
José Sócrates é um exemplo de uma personalidades pública que praticava jogging e que procurava incutir uma mentalidade otimista aos portugueses. Hoje em dia, as notícias nefastas limitam-se a “dar murros no estômago” de Pedro Passos Coelho, de que é exemplo a notícia, saída ontem, de que a agência Standard and Poor’s baixou o rating da dívida pública portuguesa para o nível de “lixo”. Os políticos estão, hoje em dia, manietados ao poder da ditadura dos mercados devido a uma Globalização desregulada, em que primam os mecanismos especulativos em detrimento do Bem Público. E é necessário, recordando o grande filósofo francês Paul Ricoeur, fazer a Humanidade recuperar uma dialéctica equilibrada entre a ideologia e a utopia, mas com a conjuntura presente da crise financeira de 2008 a alastrar à Europa e a estrutura de um “Capitalismo de Casino” a minar as formas de desenvolvimento sustentável dos cidadãos que vão perdendo progressivamente níveis de qualidade de vida esta finalidade está mais distante. O prato da balança do pretenso progresso pende, na atualidade, para a ideologia neoliberal que muitos querem impor como uma inevitabilidade e falta, com efeito, um pouco de utopia.
Se nos anos 60 o prato da balança pendia para as tendências utópicas com as revoluções juvenis, hoje passa-se o contrário. Temos de ser realistas, mas convém manter os níveis de esperança numa Humanidade talentosa capaz de superar esta violenta crise que está a abalar as economias do Ocidente e do mundo. Ora, este realismo otimista só é possível com menos ideologia neoliberal e mais sentido crítico, através de ideais utópicos, que nos façam superar a desmoralização que está corroer o próprio “Homem Ocidental”. A bitola do sucesso não pode passar por associar um Capitalismo tóxico com uma democracia minguada que reduza o poder de participação dos cidadãos, como muito bem explicitou Boaventura Sousa Santos num dos seus mais recentes ensaios.
O jogging é, a meu ver, um desporto que faz fluir a imaginação criativa que é tão necessária à motivação humana para a resolução dos ingentes desafios com que a Humanidade está confrontada. A filmografia americana trata bem o tema do jogging como uma atividade crucial para as pessoas para reflectirem sobre as suas rotinas e ganharem força para enfrentarem os dilemas que têm pela frente. Ao mesmo tempo, o jogging exerce um trabalho de tonificação muscular e de descompressão das cargas de stress emocional que são benéficas a uma vida mais saudável. O jogging pode proporcionar em certas personalidades, mais atreitas a dons espirituais, a inspiração simbólica para fazer renascer os ideais utópicos tão necessários nos dias que correm.
Urge o aparecimento de figuras carismáticas, na aceção de Max Weber, que sejam capazes de mobilizar os cidadãos sem a desconfiança constante que a opinião pública tem criado em relação aos políticos. Fica, aqui, uma dessas figuras históricas carismáticas que viveu na Era que designo de Utópica (Ernesto Che Guevara), pois temos de voltar a encontrar as dinâmicas sociais ajustadas ao equilíbrio político da Humanidade para que passa compaginar de forma dialéctica a ideologia (o statu quo) com a utopia (o ideal a reificar).
A blogosfera é um campo muito vasto da internet que nos fornece informação, documentação e opinião de autores, que vale bem a pena explorar, porque um dos problemas das actuais sociedades da informação é o excesso de dados, sem que estes sejam tratados e convenientemente interpretados. Não é, certamente, pela econometria que tornamos melhor as nossas sociedades, porque se a quantidade e os números permitem métodos de organização, não permitem métodos de escolha que se têm de basear em valores humanistas. Caso contrário, as sociedades passam a ser governadas por tecnocratas e as democracias definham. A liberdade de pensamento e de expressão é uma característica fundamental dos Estados de Direito e a blogosfera é um espaço privilegiado para o seu pleno exercício.
No tempo do sociólogo Max Weber (1864-1920) acreditava-se nos benefícios redentores da burocracia, hoje descrê-se desse paradigma e evolui-se para o paradigma da tecnocracia. No entanto, este novo modelo social não tem dado resposta a uma série de questões humanas na Era da Globalização. Daí o importante papel da blogosfera e da imprensa de opinião para suscitar o debate público de questões de cidadania, de estética, de cultura e mesmo de ciência. Evoco alguns blogues que sigo há longo tempo (Clássicos) e outros que vou descobrindo neste admirável Mundo Novo da internet (Novidades), mas que primam pelas suas diferentes qualidades.
1) Clássicos
a) Cidadania e política
Córtex Frontal – Os Professores Universitários José Medeiros Ferreira e Joana Amaral Dias têm mantido este blogue de temática política com textos curtos de grande acutilância crítica, transbordante de perspectivas lúcidas e questões bem equacionadas. Os seus pertinentes juízos de valor firmam-se em sólidos conhecimentos e em apuradas sensibilidades sociais que têm aberto caminho à necessária reflexão das Esquerdas.
A Nossa Candeia – A Professora Universitária Ana Paula Fitas tem sido uma voz de uma cidadania atenta às questões políticas, sociais e culturais através deste seu blogue que tenho seguido de perto. Tem sido especialmente sensível às questões da igualdade de género, da justiça social e das atrocidades exercidas sobre os Palestinianos.
Politeia – O Professor Universitário José M. Correia Pinto tem um blogue de análise da vida política que, fluente na linguagem e nos argumentos que apresenta, nos oferece visões críticas muito pertinentes de diferentes episódios governativos nacionais.
b) Cultura e actualidades
Duas ou três coisas – notas pouco diárias do Embaixador Português em França – O Embaixador Francisco Seixas da Costa tem-nos oferecido conteúdos de grande qualidade, seja como testemunho memorialista, seja em textos sobre temas da cultura portuguesa, seja em “posts” que versam temas de grande actualidade. É, a par disso, um autor com uma invulgar qualidade literária que dá imenso prazer ler pela grande correcção estilística.
Crónicas do Rochedo – O Jornalista Carlos Barbosa de Oliveira tem um blogue de uma prosa escorreita, emoldurada de belos arabescos poéticos, que se debruça sobre temas de actualidade, de cultura e temas periódicos que lhe servem de fio condutor de várias séries de “posts”, sendo o último “as praias da minha vida”. Recomendo vivamente uma visita.
Nova Águia - É um blogue da revista cultural intitulada "Nova Águia", que homenageia a revista a "Águia", surgida em Portugal no início do século XX , sendo o veículo de notícias referentes à revista e a diferentes eventos culturais.
Milhafre - É o blogue do Movimento Internacional Lusófono que promove notícias, textos e vídeos ligados à problemática da Lusofonia na perspectiva de uma intervenção cívica e cultural.
c) Economia
Ladrões de Bicicletas – É um blogue de vários autores que se debruçam sobre as problemáticas económicas que estão em questão nesta conjuntura de crise financeira das dívidas soberanas do mundo ocidental. Vale a pena tentar compreender os meandros da vida económica a partir da sensibilidade social destes jovens académicos.
2) Novidades
Literatura e Arte – É um blogue da Professora Universitária e Promotora Cultural Yvette Centeno que em textos de análise, aborda obras de escritores e de artistas portugueses, com muito talento e muita perspicácia na busca de aspectos simbólicos.
Gago Coutinho – É um site monográfico dedicado ao Almirante Carlos Viegas Gago Coutinho (Marinheiro, Astrónomo, Geógrafo, Historiador, etc), que em 1922 fez, com Artur de Sacadura Cabral no contexto da comemoração do centenário da independência do Brasil, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, organizado por um Professor de História e investigador, de nome Rui Miguel da Costa Pinto, que nos apresenta um conjunto de interessantes documentos.
Os meus refúgios – Este blogue de Maria de Deus Botelho de grande qualidade gráfica e com belos textos, imagens e filmes seleccionados de escritores e artistas, merece ser conhecido.
O livro dos seres imaginários – É um blogue brasileiro, com uma excepcional qualidade estética, em que estruturalmente se escolheu reproduzirem-se obras artísticas acompanhadas de excertos poéticos que nos falam do fenómeno do amor.
Pintura das quatro virtudes cardeais de “Rafael Sanzio” no Vaticano
No início da década de 1920 Paul Valéry, consagrado intelectual francês, já nos dava conta da descrença nos valores morais tradicionais, que coincidiu com o fim da hegemonia política e económica da Europa no mundo, ao dizer: “(…) a nossa geração (…) assistiu também à negação brutal das nossas ideias mais evidentes. (…) Já não podemos então confiar no Saber e no Dever ? (…)”[1]. Desde a conjuntura histórica entre as duas grandes guerras (1914-1945) que os valores tradicionais das elites sociais ( do trabalho, do esforço, da família, da pátria, da autoridade, etc ) começaram a ser questionados sob o trauma da 1ª Guerra Mundial. Em Portugal, a crise de valores começou a manifestar-se com a 1ª República e só reemergiu, após a interrupção autoritária do Estado Novo, com o regime do pós-25 de Abril de 1974[2].
As duas Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1945) provocaram uma carnificina sem precedentes que desmoralizaram os países Europeus. O Existencialismo apareceu como resposta de libertação individual face a todas as ideologias fechadas e totalitárias, tendo desencadeado o fatal colapso da noção de “essência” e dos valores nucleares da tradição. De acordo com o Existencialista cada indivíduo deveria pela sua individualidade realizar-se pelo seu próprio projecto pessoal.
O paradigma americano do sucesso baseado na filosofia do pragmatismo de William James e no utilitarismo de John Stuart Mill enfatizou a ética da força em particular na 2ª Guerra Mundial e no pós-guerra, uma vez que no tempo do Presidente Woodrow Wilson ainda prevalecia na administração norte-americana algum idealismo ético. Deste modo, o modelo da ética grega baseada nas outras virtudes cardeais (a prudência, a justiça e a temperança) acabou por ser, parcialmente, abandonado, não obstante os esforços Europeus para concretizarem um modelo alternativo, através da Comunidade Económica Europeia/União Europeia, sonhado por Jean MonneteRobert Schuman.
Nas sociedades contemporâneas emergiu a tendência nefasta dos cidadãos reclamarem os seus Direitos, com anuência dos poderes instalados, e os Deveres serem simplesmente esquecidos. Daí que noções fundamentais, como a seriedade, a honra, a honestidade, no quadro destes novos valores acabaram por cair em desuso.
Outro problema central no contexto da Globalização é o peso tentacular dos meandros do narcotráfico que proliferam nos países mais pobres e se infiltram nos países mais desenvolvidos, como apetecíveis mercados de consumo[3].
Por sua vez, a violência tornou-se, nos nossos dias, a linguagem que se banaliza nas ruas, nas escolas, nas televisões, porque se assume a força como valor ético ao serviço do pragmatismo. Maquiavel, nas suas recomendações principescas[4], deu conselhos muito similares… Com efeito, a criminalidade tem aumentado, o “bullying” prospera, a guerra esfacela meio mundo e a ética, cristã ou iluminista, do “amor ao próximo” (ou da fraternidade) “anda pelas ruas da amargura”.
O terrorismo é uma face da maldade que se espraia como forma de protesto atentando contra o bem supremo da vida humana. Aliás, as relações internacionais nesta conjuntura histórica, após a queda do muro de Berlim até ao presente (1989-2010), caracterizam-se ainda pela anomia ética e pela extrema debilidade da eficaz intervenção da ONU[5] que potenciaram o fenómeno terrorista e a resposta neoconservadora da administração de G. W. Bush baseada no pensamento estratégico, militarista, do ideólogo Paul Wolfowitz.
Por outro lado, o Estado - Providência entrou em crise por razões financeiras fazendo lembrar a tese Malthusiana da escassez dos recursos face ao exagerado crescimento demográfico mundial. Desta forma, os Estados tornam-se, cada vez mais, na conjuntura da Globalização e da desenfreada Liberalização Económica, incapazes de se garantirem como protectores dos desfavorecidos da “fortuna”.
É, igualmente, em parte, esta insuficiência de recursos financeiros associada à destruição dos valores tradicionais ligados às responsabilidades, aos deveres e ao trabalho que acaba por descredibilizar as instituições Estatais da Justiça e da Educação, a nível internacional e nacional[6]. Não obstante, serem estes os bastiões que podem garantir a implementação de uma ética de bondade, de generosidade, de prudência, de moderação, etc. Sem recursos financeiros para estas duas áreas fundamentais do Estado Social e sem uma acrescida consciência dos deveres por parte dos cidadãos não haverá possibilidade de ultrapassar este impasse que se vive.
A presente fase histórica, no início do século XXI, de um mundo desregulado do ponto de vista da ética financeira fez crescerem a fraude fiscal e os mecanismos de especulação sobre os próprios Estados pseudo-desenvolvidos. Houve um desenvolvimento demasiado rápido rumo a ‘mundo novo’, tal como nos predizia Aldous Huxley em 1932[7], que conduziria a cidadãos despojados de qualquer consciência moral. Estamos, assim, num impasse Civilizacional, porque o mundo não consegue fazer cumprir os Direitos Humanos por incapacidade prática da ONU e dos Estadistas não terem criado ainda organismos verdadeiramente eficazes no plano internacional para uma acção de supervisão, enquanto os grandes financeiros, astuciosamente, souberam manietar os detentores do poder político. No declínio do império romano a decadência moral não era muito diferente…
Um dos valores, actuais, que mais prejudicam a coesão social é o individualismo e a excessiva competitividade que têm tornado as pessoas mais egoístas e gananciosas. Enquanto este funesto paradigma mental passar por uma sociedade Global de modelo capitalista, sem restrições, no encalço dos ensinamentos de Milton Friedman[8], as injustiças sociais serão recrudescentes.
Ao mesmo tempo, o alucinante ritmo das mudanças tecnológicas têm conduzido a uma vida frenética com efectiva perda de qualidade de vida dos cidadãos, ao ponto da actual “Expo 2010” realizada em Xangai ter como tema esta incontornável questão. Este é um dos preços a pagar pela aposta excessiva na aceleração tecnológica que dando maiores margens de lucro às empresas multinacionais estimula o consumismo, o que tem levado à crescente importância do valor “ter” (materialismo) sobre o valor “ser” (espiritualismo/humanismo), daí que como compensação deste desequilíbrio humano, em particular, nas sociedades do Ocidente se importem do Oriente saberes espirituais milenares (o ioga, as medicinas alternativas, as massagens, as acupuncturas, o budismo, etc.) que têm ganho muitos adeptos nos desestruturados trabalhadores do capitalismo desregrado (na figura do “Workaholic”).
A crise de valores procede do relativismo ético que acredita na impossibilidade de se encontrarem verdades absolutas, tendo o grande sociólogo Max Weber sido um dos responsáveis por esta concepção intelectual na obra “Ensaios sobre a teoria das ciências” tal como nos afirma Raymon Aron: “(…) em Max Weber, subsiste uma diferença fundamental entre a ordem da ciência e a ordem dos valores. A essência da primeira é a submissão da consciência aos factos e às provas, a essência da segunda é a livre escolha e a livre afirmação. Ninguém pode por meio de uma demonstração ser levado a reconhecer um valor ao qual não adira. (…)”.[9]
Em suma, a pintura do mestre, Renascentista, Rafael Sanzio na “Stanza della Segnatura”, no Vaticano, evoca-nos nessa abóbada, que nos obriga a olhar para cima, as quatro virtudes cardeais (a justiça, a temperança, a fortaleza e a prudência) que devem moldar o espírito dos honrados cidadãos e das sociedades justas. Contudo, a virtude da força deve ser encarada como manifestação endógena. Por conseguinte, sem a recuperação empírica por parte das sociedades contemporâneas desta orientação espiritual, que os Gregos nos legaram, o mundo decairá no abismo profundo da inércia ética.
Nuno Sotto Mayor Ferrão
[1] Paul Valéry, Variété, Paris, Ed. Gallimard, 1927. Esta descrença na superioridade moral da Civilização Europeia, que este autor nos evoca, teve correspondência no declínio do modelo etnocentrista Europeu.
[2] Não pretendo, de forma alguma, insinuar que o quadro de valores do regime Salazarista era edificante, mas apenas que se vivia numa estrutura de valores estáveis embora muito questionáveis à luz dos valores democráticos. Esta problemática é, aliás, das mais complexas que perpassa as nossas sociedades contemporâneas.
[3] É muito interessante e sugestivo o romance realista de Arturo Pérez-Reverte (A rainha do Sul, Lisboa, Edições Asa, 2003) que aborda a textura de impunidade do narcotráfico que circula com facilidade vinda da Amércia do Sul entrando pelo sul de Espanha, via Marrocos, fornecendo os “mercados negros” europeus.
[4] Nicolau Maquiavel, O Príncipe, Porto, Porto Editora, 2009.
[5] Como já o antevia o Professor Adriano Moreira na viragem do milénio, atente-se nas suas palavras avisadas: “(…) De modo que nos encontramos numa situação de total falta de ordem, porque se disfuncionou o sistema dos Pactos Militares, sem capacidades sabidas para retomar o modelo observante da Carta da ONU, procurando implantá-lo como modelo observado, mas obrigados a recorrer aos planos de contingência como meio de enfrentar os picos mais desafiantes desta ‘anarquia madura’ da comunidade internacional, como lhe chamou Buzan. (…)” ( Adriano Moreira, “A ética nas relações internacionais”, in Estudos da Conjuntura Internacional, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000, p. 287.
[6] Como, aliás, o fiscalista Henrique Medina Carreira e o Professor Nuno Crato nos sublinham até à exaustão no excelente programa de Mário Crespo intitulado “Plano Inclinado”.
[7] Aldous Huxley, Admirável mundo novo, Lisboa, Livros do Brasil. 1981.
[8] Milton Friedman, Liberdade para escolher, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1982.
[9] Raymond Aron, As etapas do pensamento sociológico, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1991, p. 499.