Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.
Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.
Joana Lopes no blogue “Entre as Brumas da Memória” num texto com o título “Este capitalismo não dá respostas à crise” apresenta-nos uma entrevista a Ulrich Beck que diz que a democracia tem de ser reinventada ao nível transnacional para não ficar refém dos jogos especulativos dos mercados. Osvaldo Castro no blogue “A Carta a Garcia” reproduz uma peça jornalística com o título “Delors diz que responsáveis europeus agiram muito pouco e muito tarde” em que se dá conta da opinião de Jacques Delors de que a preparação do Euro foi precipitada e que a resposta actual é muito tardia.
Ana Paula Fitas no blogue “A Nossa Candeia” no texto “Da austeridade ao ressuscitar dos dilemas históricos” fala-nos da necessidade de revitalizar o aparelho produtivo interno e de pôr cobro às prepotências dos mercados de que os economistas e os políticos têm sido tão subservientes. Lembra-nos que o “fim da História” ainda não chegou, que não houve realmente um casamento do capitalismo com a democracia como antevia Francis Fukuyama nos anos 90. João Rodrigues no blogue “Ladrões de Bicicletas” lembra no texto “Recapitalizações há muitas” que os reforços de capitais dos bancos podem ser feitos para benefício da economia ou para satisfazer a ganância extrema dos banqueiros que pretendem tornar o Estado um refém dos seus interesses.
José M. Correia Pinto no blogue “Politeia” no texto “Preparando o futuro” apresenta-nos uma excelente análise das verdadeiras causas da crise do Euro por detrás da dogmática afirmação de que foi a incompetência dos países latinos ou de influência católica que desencadeou a crise. Na realidade, as causas estruturais são políticas como nos diz Jacques Delors e sobretudo residem na crendice cega colocada na ideologia espalhada por Milton Friedman que conquistou muitos líderes europeus.
Francisco Seixas da Costa no blogue “Duas ou três coisas – notas do Embaixador Português em França” com o texto “Negociar na Europa” fala-nos da necessidade de, face a um novo paradigma institucional que os novos Tratados quererão introduzir para resolver o problema do Euro, em Portugal se encontrarem consensos máximos na sociedade para reforçar o poder negocial num tempo de extrema fragilidade da soberania financeira portuguesa dada a ajuda externa. José Medeiros Ferreira no blogue “Córtex Frontal” no seu incisivo comentário “Sindicatos ressuscitam na Europa” mostra-nos que na Grã-Bretanha os movimentos de contestação social estão a ter uma força inusitada.
Carlos Barbosa de Oliveira no “post” intitulado “Noites de cinema” mostra-nos uma curtíssima metragem de uma extraordinária beleza.
O 11 de Setembro de 2001 foi sem dúvida uma terrível página da História Universal que se traduziu no massacre horripilante e sanguinolento de milhares de inocentes...[1] O colapso do World Trade Center e de parte do Pentágono mostrou ao mundo a vulnerabilidade das grandes potências.
Deixo a minha homenagem às vítimas, inocentes, da tragédia de 11 de Setembro de 2001 que merecem que lutemos por um mundo melhor onde estes horrores não voltem a ser possíveis! Só podemos tentar evitar que se repitam novos Holocaustos, novas Guerras Mundiais, novos 11.9.2001 se houver bom senso da parte dos líderes e dos povos e um paradigma Civilizacional que se distinga pelo primado da Ética e pela sensibilidade solidária através de uma ONU com poderes reforçados.
Com efeito, a ideia do "American Way of Life" sempre me pareceu uma ilusão caleidoscópica a que muitos cidadãos Europeus se agarravam. Nunca me identifiquei muito com a distintíssima visão do grande pensador Alexis de Tocqueville[2] que, no século XIX, retratou os EUA como o país por excelência da liberdade. Sempre compartilhei mais o pensamento de Noam Chomsky[3] que vislumbrou o povo Norte Americano como materialista, egoísta e individualista que potenciou que as rédeas de R. Reagan, Bush pai e Bush filho levassem esta nação a uma violenta crise de auto-estima que começou com o 11/9/2001 e se prolongou até à crise capitalista despoletada pelas gigantescas fraudes financeiras descobertas na esteira de Bernard Madoff.
Assim, os EUA estão muito longe de servir de paradigma Civilizacional. Tornaram-se mais modestos e mais prudentes com o Presidente Barak Obama é certo, mas precisam de se concentrar mais na casa comum, da Humanidade que é o nosso planeta, se querem ver-se reconhecidos com autoridade moral.
Se é certo que, na primeira metade do século XX, houve Presidentes Norte Americanos com apuradas sensibilidades sociais e senso ético (por exemplo, W. Wilson ou D.F. Roosevelt), na segunda metade do século XX e início do século XXI destacaram-se mais os Presidentes com perfis menos sérios ou mais aguerridos, embora se possa encontrar uma ou outra excepção. Em todo o caso, os EUA tornaram-se o símbolo da sociedade da abundância com um claro embotamento das virtudes espirituais e éticas.
Na realidade, podemos traçar um paralelo interessante entre o paradigma Civilizacional Norte-Americano e o paradigma Civilizacional que os Romanos ergueram na Antiguidade Clássica que desembocou numa forte Crise Ética na época de declínio deste Império, como se verifica actualmente com os EUA. Assim, a exacerbação da mentalidade individualista e competitiva e a filosofia do Pragmatismo[4] que os Norte Americanos criaram acabou por moldar um Modelo Civilizacional em que os Europeus pouco acreditam. Não nos devemos iludir, pois o princípio do "salvação social do mais forte" é a lógica do darwinismo social que não permite sociedades mais coesas, mais solidárias, com sentido Ético e suscitadoras de espiritualidades criativas. Não concebo que seja este o paradigma para uma Humanidade mais feliz, socialmente mais justa e mais pacífica!
Nuno Sotto Mayor Ferrão
[1] Foi da leitura, da observação e do comentário dos seguintes “posts” bem interessantes: do Embaixador Francisco Seixas da Costa intitulado “Duas cidades” no seu blogue Duas ou três coisas – notas pouco diárias do Embaixador Português em França, da Professora Ana Paula Fitas intitulado “11 de Setembro – Nove anos de um impacto ainda em curso” do seu blogue A Nossa Candeia e do impressionante documentário que o Advogado Osvaldo Castro nos apresentou intitulado “Memorial 9/11, Goodbye Blue Sky, Pink Floyd" no seu blogue Carta a Garcia que este texto se tornou possível, como podem confirmar nas respectivas caixas de comentários destes blogues.
[2] Alexis de Tocqueville, Da democracia na América, Cascais, Ed. Principia, 2002 ( prefácio de João Carlos Espada ).
[3] Noam Chomsky, Neoliberalismo e ordem global – crítica do lucro, Lisboa, Notícias Editorial, 2000.
[4] A escola filosófica Norte-Americana do Pragmatismo, que enfatizou a necessidade de tornar todos os conhecimentos utilitários, teve em Ralph Waldo Emerson, Charles Sanders Peirce e William James os seus grandes doutrinadores.
No primeiro aniversário deste blogue, iniciado a 23 de Julho de 2009, quero partilhar convosco algumas ideias. É com gratidão, e imenso prazer, que tenho sentido um caloroso acolhimento por parte do público leitor. Agradeço, por isso, todo o apoio, atenção, estímulo e paciência que muitos amigos e leitores me têm dispensado. Com efeito, tem sido com muita satisfação que tenho escrito para este blogue que se tem desenvolvido em função de temas culturais, em textos longos de maior pesquisa ou em textos breves de maior vigor inspirativo, embora não tenha dado tanta relevância aos temas da actualidade como inicialmente tinha definido na filosofia deste projecto.
Tudo começou quando, no Verão de 2008, comecei a escrever uns textos manuscritos que depois enviei pela Internet a alguns amigos e a perceber, em seguida, existir alguma receptividade geral. No início de 2009 fiz circular uns textos sobre política educativa e política geral, que se podem ainda hoje encontrar na Internet, que tiveram uma empática recepção no contexto da crispação entre os docentes e a tutela. Houve, em particular, uma colega de Língua Portuguesa da Escola Secundária, onde anteriormente leccionei, que teceu considerações muito simpáticas sobre um dos meus textos e que o ajudou a divulgar. Fico-lhe, por isso, muito grato e este projecto é resultado deste e de outros importantes contributos que abaixo menciono.
Em Junho de 2009, após uma formação espiritual sobre o apóstolo São Paulo, a propósito da comemoração dos dois mil anos do seu nascimento, fui convidado a fazer uma pequena comunicação, a título de testemunho, na Igreja da minha paróquia que depois transformei num texto insuflado de inspiração, que se tornou o “post” inaugural do blogue intitulado “A Modernidade Cultural e Cívica do apóstolo São Paulo – o apóstolo dos gentios”, a seguir a ter participado num debate aberto numa conferência, sobre esta eminente figura histórica e religiosa, proferida pelo Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.
Devo, também, uma palavra de grande reconhecimento ao meu amigo Professor Doutor José Medeiros Ferreira que me estimulou a continuar a desenvolver pesquisas históricas e a escrever novos textos. Foi, também, muito relevante o “post” que escreveu no seu antigo blogue “Bicho Carpinteiro” sobre o aparecimento destas “Crónicas”. Espero que passado um ano, este trabalho, não lhe tenha frustrado as expectativas.
As encorajadoras palavras recebidas de um dos nossos grandes Pensadores têm-me, também, dado bastante alento para continuar a escrever e a partilhar, neste blogue, textos de reflexão e de pesquisa.
Tenho desenvolvido ainda o gosto de viajar na blogosfera e de fazer comentários em blogues com os quais me identifico e em que encontro conteúdos de qualidade. Foi, por isso, extremamente importante o incentivo e a troca de ideias com autores de outros blogues, como sejam os casos: do Embaixador Francisco Seixas da Costa, da Professora Doutora Ana Paula Fitas, do Deputado e Advogado Osvaldo de Castro, dos Jornalistas João Rodrigues e Carlos Barbosa de Oliveira, etc. Quero também deixar uma palavra de agradecimento à amiga e escritora Gilda Nunes Barata que através das suas lisonjeiras palavras e pertinentes sugestões me deu ânimo, bem como o incentivo e o impulso que me foi dada pelo Doutor Renato Epifânio, Investigador na área da Cultura Contemporânea, com o qual partilho uma mesma convicção lusófona.
Devo ainda à gentileza de uma colega de trabalho o ensinamento para a incorporação de vídeos no blogue, que têm sido muito úteis para divulgar música clássica e introduzir excertos audiovisuais de valor histórico. “Last but not least”, não me esqueço do inestimável estímulo que a Rita (minha “cara-metade”), os meus pais, os muitos amigos e alguns primos me têm dado no desenvolvimento deste aliciante projecto.
De acordo com a estatística do “Sitemeter”,o blogue já conta com alguns poucos milhares de visitas, desde 12 de Fevereiro de 2010, altura em que introduzi este contador. Por mês, em média, tem registado, com algumas variações, mais de 1000 visitas mensais e nota-se já alguns leitores fiéis que o visitam regularmente, o que me deixa muito satisfeito. Em termos de interactividade, este blogue já recebeu várias dezenas de comentários que têm contribuído para transmitir uma palavra de estímulo ou para aprofundar o debate em torno dos temas tratados. Bem-haja a todos os que têm contribuído para o crescimento e amadurecimento sustentado deste blogue!
Para terminar direi que os meus propósitos iniciais poderão ter ficado aquém, na medida em que as questões políticas directas e os textos de grande actualidade foram em pequeno número. Espero, em todo o caso, que vocês, caríssimos leitores, sejam benévolos, continuem interessados e possam deixar sugestões para que possamos tornar este projecto cada vez mais apelativo e interactivo!
Cordiais saudações a todos, caríssimos leitores e amigos, Nuno Sotto Mayor Ferrão
No blogue Almanaque Republicano José M. Martins recorda o memorável investigador e bibliófilo José Vitorino de Pina Martins em "In Memoriam de José Vitorino de Pina Martins"
No blogue A Nossa Candeia destaco o critério de Ana Paula Fitas que evidencia a profunda beleza do pensamento de Jean Paul Sartre intitulado "Breves...de um pensador"
No blogue A Carta a Garcia sublinho a pertinente evocação histórica de Osvaldo Castro da revolta estudantil da Associação Académica de Coimbra de 1969 que fizeram tremer o Marcelismo intitulado "A revolta estudantil de 17 de Abril em Coimbra, já lá vão 41 anos"
No blogue Crónicas do Rochedo Carlos Barbosa de Oliveira fez uma sagaz reflexão sobre o ingente papel das cidades na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos intitulado "Expo 2010 abriu hoje"