A "BROTÉRIA – CRISTIANISMO E CULTURA" COMO REVISTA CULTURAL
A revista Brotéria – Cristianismo e Cultura foi modernizada na estética da capa e do grafismo, em que passou a ser apresentada ao público leitor, no início deste ano de 2020. Esta revista mensal recebeu em janeiro uma capa de cor vermelha, em fevereiro de cor azul, em março de cor laranja e em abril de cor verde, em sinal de Esperança, como nos afirma o Diretor, Padre António Júlio Trigueiros SJ, num dos vídeos que juntamos como documento.
Em termos de conteúdo, a revista apresenta temáticas tradicionais ligadas às humanidades, como a sociedade, a religião, a ética, a filosofia, a história, as artes e as letras, compaginando-as com temas de grande atualidade de Portugal e do mundo.
A revista alia a qualidade dos conteúdos a uma grande diversidade das temáticas através de um critério rigoroso estabelecido por um corpo diretorial de jesuítas, com um prestigiado conselho de redação e um amplo conjunto de colaboradores de múltiplas formações.
Atualmente, é seu Director o Padre António Júlio Trigueiros SJ, historiador e jesuíta que conjuga este cargo com a missão de Reitor da Igreja de S. Roque em Lisboa, substituindo o insigne Padre António Vaz Pinto SJ nestes dois cargos.
Nos últimos tempos, a tiragem mensal cifra-se entre os 1000 a 1200 exemplares, o que para uma revista de cultura com artigos de investigação é bastante considerável.
Nesta revista de março, destaco alguns artigos particularmente interessantes: do Padre António Júlio Trigueiros SJ sobre a abertura dos arquivos pontifícios do Papa Pio XII com uma perspetiva inovadora, mostrando como este pontificado procurou auxiliar a comunidade judaica no decurso da 2ª guerra mundial; de André Neves Afonso sobre o relicário do Conde de Ourém, patente no Museu Nacional de Arte Antiga, com uma análise da estrutura do culto das relíquias ao exame concreto deste artefacto da joalharia quatrocentista; de Maria Jésus Fernandez sobre as distopias na literatura portuguesa das últimas décadas; de João Cardoso Rosas sobre o posicionamento ideológico dos partidos portugueses do espectro político nacional; de Eduardo Lopes Madureira Jorge sobre o fenómeno das “Fake news” das redes sociais.
No mês de abril, a revista debruça-se sobre a temática incontornável da pandemia de COVID-19 num artigo conjunto dos Padres António Júlio Trigueiros SJ e Francisco Sasseti Mota SJ intitulado “Isolamento social e resiliência criativa”; numa abordagem de Jorge Buesco intitulada “Os dias impensáveis do COVID”; numa prosa inspirada com o título de "Da Calamidade à Graça: uma pequena gramática para o quotidiano" da autoria de D. José Tolentino de Mendonça; num artigo com o nome de “Os limites da sustentabilidade do transporte aéreo” de Francisco Ferreira, da Associação Zero e, no âmbito da análise religiosa, destaco ainda os textos de Miguel Rodrigues e do Padre Vasco Pinto de Magalhães SJ.
Assim, a presente revista cultural Brotéria trata temas de grande atualidade, de fundo cultural e de fundo religioso, com artigos de reflexão ou de investigação de múltiplos colaboradores. Além de uma equipa de Direção composta por 5 distintos padres jesuítas e um conselho de redação composto por 10 ilustres personalidades da cultura, de onde saliento as figuras muito prestigiadas de Guilherme d’ Oliveira Martins e de Manuel Braga da Cruz.
Em suma, no espírito ensaístico do Padre Manuel Antunes SJ e no ambiente da conjuntura pós-Concílio Vaticano II, a revista Brotéria abriu-se às questões de atualidade do mundo e, paulatinamente, aos contributos da sociedade civil, no respeito pela fé católica e no âmbito cultural, compaginando, por um lado, o diálogo das humanidades e das ciências exatas e, por outro lado, numa ponte entre a Igreja Católica, por intermédio de investigadores e de escritores jesuítas, e membros da sociedade civil comprometidos com a fé católica e a cultura cristã.
Recomendo, vivamente, a sua leitura, sempre bastante proveitosa, aos concidadãos interessados pela cultura, num espírito cristão e em temas que nos convocam a uma cidadania comprometida com o mundo que nos rodeia.
Nuno Sotto Mayor Ferrão