Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.
Crónicas que tratam temas da cultura, da literatura, da política, da sociedade portuguesa e das realidades actuais do mundo em que vivemos. Em outros textos mais curtos farei considerações sobre temas de grande actualidade.
Sófocles viveu no século V a. C., entre 496 e 406, tendo sido um dos grandes poetas trágicos da Grécia Antiga, mas desempenhou também importantes papéis na sociedade ateniense como sacerdote, administrador público e militar. Assim, elevou-se ao estrelato como dramaturgo, contemporâneo de grandes figuras da História Universal como o filósofo Sócrates, o escultor Fídias ou o político Péricles.
Nascido de uma família aristocrática, na povoação de Colono, em que seu pai se destacava como um rico mercador, recebeu uma cuidada educação que lhe permitiu desenvolver dotes culturais e cívicos. Desde cedo, começou a manifestar os seus inegáveis talentos e, aos dezasseis anos, foi escolhido para reger um canto triunfal, de natureza religiosa, para comemorar uma vitória marítima dos gregos sobre os persas.
No seu tempo teve enorme popularidade, devido à bondade patenteada e ao grande respeito que todos lhe nutriam. De facto, contribuiu para o seu prestígio a circunstância de ter recebido mais de duas dezenas de primeiros prémios em concursos dramáticos realizados em festividades religiosas em honra de deuses, designadamente de Dionísio, suplantando os seus rivais – Ésquilo e Eurípides.
Foi, assim, um autor prolixo pois produziu cerca de 100 peças de teatro trágico, embora apenas tenham sobrevivido integralmente, até à atualidade, sete peças: Ajax; Antígona; As Traquinianas; Édipo Rei; Electra; Filocteto e Édipo em Colono.
Além de dramaturgo teve uma intervenção cívica de enorme relevo, tendo sido ordenado sacerdote do deus da medicina (Asclépio), administrador num cargo da pólis ateniense como membro da Junta de Generais, tesoureiro da Confederação de Delos, estratego e general numa campanha militar contra a ilha de Samos. Para este cargo, contam os seus contemporâneos, terá sido eleito depois de produzir a peça Antígona cerca do ano 441 a. C..
Morreu com a provecta idade de noventa anos, tendo deixado um rico legado cultural que influenciou o mundo helénico e a civilização ocidental.
Na verdade, este autor tratou, nas suas peças trágicas, os protagonistas com idealismo moral, embora lhes tenha feito acarretar sofrimentos. Deste modo, apesar das adversidades, os protagonistas manifestavam-se pejados de nobreza nas suas atitudes, pelo que continuam a constituir exemplos vivos e edificantes para a Humanidade.
O seu grande legado dramatúrgico foi fruto do contributo inestimável ao enriquecer a estrutura da tragédia grega, servindo-se de cenários e aliando a religião tradicional a uma moral de responsabilidade individual.
Em suma, as suas peças tornaram-se obras-primas, que perduram até à atualidade em edições literárias e em representações teatrais, dado que concederam um papel de relevo aos diálogos, fazendo sobressair na dimensão trágica dos atos representados uma linguagem lírica eivada de imagens paradigmáticas. Deste modo, conseguiu exaltar, na sua obra dramatúrgica, a beleza do modelo cívico-político ateniense, pois retratou em algumas peças situações dilemáticas passadas em outras cidades-estado.
É com grato prazer e noção da responsabilidade cívica, que recai sobre este projeto, que pretendo celebrar convosco a ultrapassagem, em fevereiro de 2013, dos 73 000 visitantes[1]. Afigura-se-me que a linha editorial deste blogue, que se configura como um espaço de cultura, de reflexão e de liberdade tem sido acolhida com agrado geral junto de um público frequentador das redes sociais. Não pretendo com este “post” proceder a uma análise quantitativa exaustiva, mas chamar a atenção para alguns dados estatísticos avulsos, não esquecendo, no entanto, que a apreciação qualitativa independente será feita por cada um de vós, caríssimos leitores.
É, contudo, com bastante satisfação que verifico um crescimento superior a 30% de visitantes no blogue, ao longo do último ano em comparação com o anterior. Assim, a média ponderada de visitas diárias, nos últimos 12 meses, aproxima-se das 100 e a mensal das 3000, o que significa um crescimento significativo que só é possível devido aos ecos, que tenho recebido de leitores, de amigos e de familiares, bem estimulantes para lhe dar continuidade. Este blogue tem coberto várias temáticas culturais e cívicas (literatura, história, religião, música, arte, cidadania global, ética pública, etc) desde 23 de julho de 2009, contando, neste momento, com cerca de 180 “posts” de tamanhos e de profundidades diversas num período de tempo que ultrapassa os 1250 dias.
A interatividade dos comentários tem permitido uma avaliação externa informal que tem possibilitado afinar pormenores e incitar novas reflexões, tal como as pertinentes e preciosas observações de amigos e de companheiros se revelam extremamente úteis e encorajadoras.
A estrutura deste blogue é composta por uma matriz estética clássica na organização formal, embora procurando aliá-la a um arrojo inventivo na formulação dos conteúdos ou na fundamentação interpretativa das posições sustentadas. Porventura, esta conciliação de valores que se complementam pela pluralidade de fazer “pontes” entre opções doutrinárias, mais dificilmente conciliáveis, justifique alguma difusão internacional e lusófona deste blogue. Ora, então, note-se a proveniência dos visitantes: 45% são originários de Portugal, 17% são originários dos EUA, 8% são originários do Brasil, 2% são originários de França, 1% são originários de Espanha e 1% são originários da Venezuela, sendo 26% dos visitantes de origem desconhecida.
Apetece-me citar o pensador Sócrates: “Não sou nem ateniense, nem grego, mas sim cidadão do mundo”, porque a nossa tarefa de reflexão consciente tem de partir de uma observação atenta das realidades culturais e sociais do mundo, globalizado, em que vivemos, para que o possamos transmutar de acordo com os nossos generosos princípios e convicções em direção a um mundo mais justo, mais pacífico e mais desenvolvido. Esta é, de facto, uma preocupação cívica essencial que preside à elaboração dos “posts” deste blogue. Contudo, reconheço que tem sido um prazer alimentá-lo, mas que tal não seria possível sem o estímulo de muitos amigos e leitores, que quero homenagear, pois compreendem e compartilham esta maneira de estar no mundo que exige uma informação criteriosa aliada uma forte consciência crítica, em conformidade com os pressupostos Humanistas em acreditamos.